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Safra de soja 2025 avança em Minas Gerais com perspectivas positivas

Colheita de soja (Foto: Wenderson Araujo/Trilux/CNA)
Colheita de soja (Foto: Wenderson Araujo/Trilux/CNA)

A produção mineira deve alcançar 6,3 milhões de toneladas, apesar dos desafios com o clima e doenças fúngicas

Em 2025, a safra de soja no Brasil está estimada em 171,3 milhões de toneladas, um aumento de 10,2% em relação à safra anterior, conforme dados da Agroconsult apresentados pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A produtividade média no país é projetada em 60 sacas por hectare, com uma área plantada de 47,6 milhões de hectares, representando um incremento de 1,7%.

Minas Gerais mantém sua posição de destaque no cenário nacional, consolidando-se como um dos principais estados produtores de soja. As regiões Noroeste, Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba desempenham papel fundamental nesse contexto, contribuindo significativamente para o volume total produzido. Para este ano, as perspectivas são positivas.

De acordo com o 5º Levantamento da Safra de Grãos 2024/25 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a colheita já teve início em áreas irrigadas e de ciclo curto, abrangendo 6% da área total cultivada no estado. Isso porque, nas regiões produtoras, as condições climáticas têm sido favoráveis, garantindo um potencial produtivo estável, com viés de alta. As lavouras apresentam bom engalhamento e inserção de vagens, fatores que indicam um desempenho promissor para a safra.

No entanto, algumas incertezas preocupam os produtores. Chuvas prolongadas durante a colheita podem impactar negativamente a produção, e a baixa luminosidade pode reduzir o peso médio dos grãos. Esse cenário influencia diretamente a qualidade do produto. “Em áreas de materiais de ciclo precoce produzindo abaixo do esperado devido ao excesso de chuva no início do ciclo, a produção sentiu a falta de luz e excesso de umidade no solo. Já os grãos de ciclo tardio estão sentindo a baixa umidade do solo no final do ciclo, o que pode acarretar perda de produtividade”, explica Rafael Pereira Borges, engenheiro agrônomo de cereais do Departamento de Assistência Técnica da Cooperativa Agropecuária do Alto Paranaíba (Coopadap).

Rafael Pereira Borges, engenheiro agrônomo (Crédito: Coopadap)
Rafael Pereira Borges, engenheiro agrônomo (Crédito: Coopadap)

Além da possível redução no volume produzido, as adversidades climáticas aumentam o risco de doenças na soja. O excesso de umidade no início do ciclo favorece o desenvolvimento de mofo branco, mancha-alvo, cercospora e septoriose (DFC’s). Também há maior pressão de nematoides de solo em áreas com histórico da praga. “Nessas situações, as doenças devem ser controladas com o uso de fungicidas sistêmicos e protetores, mitigando assim as perdas de produtividade causadas por esses problemas”, avalia o engenheiro agrônomo.

Produção no Alto Paranaíba

A produção de soja da Coopadap é de aproximadamente 68 sacas por hectare, em uma área de 9,5 mil hectares. No início da safra, a expectativa era de 70 sacas por hectare. No entanto, as últimas áreas vêm sentindo a falta de chuvas em fevereiro, mês que registrou um índice pluviométrico abaixo da média histórica da região.

Até o momento, a cooperativa já colheu aproximadamente 1,5 mil hectares, com produção variando de 66 a 82 sacas por hectare. Ainda restam cerca de 8 mil hectares a serem colhidos. Para dar suporte aos produtores, a Coopadap conta com um corpo técnico especializado, responsável por fornecer recomendações e soluções durante o desenvolvimento da cultura.

“A cooperativa também tem uma estação de pesquisas que testa uma ampla variedade de produtos e suas respectivas eficiências, garantindo que apenas aqueles validados em campo sejam repassados aos cooperados. Isso aumenta a assertividade e proporciona um manejo mais eficiente e com melhor custo-benefício”, conclui Rafael.