Recordes de 2022 estão no Balanço do Agronegócio Mineiro. Terceira edição foi publicada pela Seapa
A Secretaria Estadual de Agricultura e Pecuária (Seapa) publicou o Balanço do Agronegócio Mineiro 2022, destacando os seguidos recordes do setor. O ano passado é considerado um marco pela Secretaria. Destaque para o volume da produção de grãos: 16,8 milhões de toneladas na safra 2021-2022. Soja e milho representam cerca de 90% da produção e sua valorização no mercado tem estimulado o setor a investir na oferta.
A área plantada e a produtividade dos dois principais grãos produzidos em Minas Gerais aumentaram. Especialistas projetam novos recordes já na próxima safra — 2022-2023, estimada em 18,5 milhões de toneladas.
“Esse melhor desempenho em muito se deve aos bons preços das commodities no mercado internacional, dadas a cotação do dólar e, também, a disponibilidade e a adoção de tecnologias e de boas práticas de produção, com o uso de insumos e equipamentos de precisão” avalia o secretário de Agricultura, Thales Fernandes.
A terceira edição do Balanço do Agronegócio de Minas Gerais traz informações importantes para uma visão ampla do setor e da sua importância econômica e social, estratégica para o desenvolvimento estadual.
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A valorização de commodities como o café, puxou as exportações do agronegócio mineiro em 2022. Foram movimentados US$15,3 bilhões de dólares — alta de 45,8%, a melhor performance das vendas externas de toda a série histórica. Também o volume destacou-se como o maior já registrado: de 13,6 milhões de toneladas — alta de 9% em relação a 2021.
A safra 2021-2022, entre julho de 2021 e junho de 2022, teve mais crédito disponibilizado para os produtores. Foram R$36 bilhões liberados pelos agentes financeiros, ou seja, alta de 19% em relação à safra anterior. A produção agrícola recebeu R$24,2 bilhões e a pecuária ficou com R$11,8 bilhões.
Leia aqui matéria exclusiva sobre crédito rural no Alto Paranaíba, publicada na edição #2 do jornal 100PORCENTOAGRO.
O crédito rural financia o investimento, custeio, comercialização e agroindustrialização do setor rural. Quando o agronegócio tem bom desempenho, como ocorreu em 2022, a demanda por crédito é estimulada, o que contribuiu para o crescimento registrado.
A exportação de alho, em 2022, foi de 397 toneladas, crescimento de 322.827%, em comparação ao volume de 2021. Foram a US$180,4 mil, aumento de 39.732% superior ao ano anterior.
Minas é o maior produtor nacional de alho, e o Alto Paranaíba é campeão de produção. Em 2021, foram produzidas 73,9 mil toneladas, representando 44,2% do total nacional. Entre os anos de 2021 e 2020, a produção teve um crescimento expressivo de 19,4%. A área mineira destinada ao cultivo cresceu 19,9% e a produtividade apresentou uma pequena queda de 0,4%. As exportações tiveram bons resultados em 2022, com um crescimento expressivo no volume embarcado, tendo como principal destino o Paraguai.
Café
Maior produtor brasileiro de café, Minas Gerais responde por 48,4% do total nacional. O parque cafeeiro do estado é composto por 513 municípios produtores, com 1,3 milhão de hectares de lavouras. A espécie é o arábica e 69,4% da área cultivada com café arábica no Brasil está localizada em Minas Gerais.
Na safra de café em 2022, houve redução no volume colhido em comparação às últimas temporadas, o que gerou um resultado final de 22,0 milhões de sacas de café beneficiado, sendo 0,8% menor que o volume obtido em 2021 e 36,6% inferior ao total colhido em 2020, que foi a última safra sob o efeito da bienalidade positiva. A quebra do ciclo produtivo ocorreu devido às condições climáticas irregulares verificadas durante o ciclo, com períodos de restrição hídrica e geadas ocorridas em 2021, além de precipitações frequentes no início do ano de 2022, que contribuíram para reduzir a produtividade esperada.
A produção em Minas Gerais se concentra na região Sul e Centro-Oeste, responsáveis por 43,7% do volume total, conhecida pelos cafés de qualidades.
Os principais municípios produtores são: Patrocínio e Monte Carmelo e Serra do Salitre — no Alto Paranaíba, Campos Gerais e Três Pontas — no Sul de Minas.
A pecuária em Minas Gerais é uma atividade de grande importância no contexto do agronegócio nacional, gerando emprego e renda. E a maior bacia leiteira do Estado fica no Alto Paranaíba.
O estado possui, atualmente, o quarto maior rebanho bovino do Brasil, segundo a Pesquisa da Pecuária Anual do IBGE – PPM/IBGE (2021), destacando-se como maior produtor de leite, com participação de 27,3% na produção nacional.
Foi registrado crescimento para o leite de 10,3% e ovos de 7,1%. O resultado positivo do leite se dá pelo elevado preço praticado no mercado, devido à menor oferta do produto no campo, principalmente, no segundo semestre de 2022. Com o alto custo de produção e aumento da demanda, o preço dos ovos se mantiveram em alta em 2022.
ABACATE: Em 2022, foram exportadas 196 toneladas, -67% inferior ao volume embarcado em 2021, correspondendo a US$213 mil. O valor é 82% menor que no ano anterior. A produção de abacate, na safra 2021, atingiu cerca de 89,1 mil toneladas, com crescimento expressivo de 10,2% em relação à safra anterior. A área foi 8,4% superior ao ano de 2020, chegando a 5,6 mil hectares. Minas Gerais se destaca na segunda posição do ranking nacional de produção de abacate, com participação de 29,6% no total nacional. O Alto Paranaíba é a maior produtora, com 43,4% do total no estado.
HORTALIÇAS: Minas Gerais é o segundo maior produtor nacional de hortaliças. De acordo com a Emater-MG, a área plantada, anualmente, é de cerca de 122 mil hectares e a produção está em torno de 3,6 milhões de toneladas, com alta concentração no Alto Paranaíba. São aproximadamente 75 mil produtores de hortaliças em Minas. O estado é líder na produção de alho e batata e ocupa lugar de destaque na produção das olerícolas mais importantes para o Brasil, como tomate, cebola, cenoura, brócolis e mandioquinha-salsa. As exportações de hortícolas, plantas, raízes e tubérculos comestíveis — exceto legumes de vagem, obtiveram aumentaram em 2022, com alta de 4,4% na receita, somando US$14,6 milhões e um volume de 16 mil toneladas: alta de 16,7% superior ao ano de 2021. Para 2023, espera-se aumento da demanda, visando à recuperação do poder de compra da população.