Projeção é de 316,7 milhões de toneladas, enfrentando desafios climáticos. Potencial para segunda maior colheita da história, com destaque para soja, milho e perspectivas de exportação
A produção brasileira de grãos na safra 2023/2024 é estimada em 316,7 milhões de toneladas, 1,5% ou 4,7 milhões de toneladas menor que a safra anterior, conforme o 2º Levantamento da Safra de Grãos divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta quinta-feira (9). O percentual de área semeada atualmente é inferior ao observado no mesmo período da safra anterior, devido ao excesso de chuvas no Sul e Sudeste e às baixas precipitações no Centro-Oeste.
Em uma segunda estimativa, o crescimento é de 0,5% na área cultivada, totalizando 78,9 milhões de hectares. Além das culturas de primeira safra, a área prevista inclui as de segunda e terceira safras, e as de inverno, com os plantios encerrando em junho.
Para o presidente da Conab, Edegar Pretto, a expectativa é de uma safra robusta, apesar das condições climáticas adversas causadas pelo El Niño. Segundo Edegar, as informações indicam a possibilidade de ter a segunda maior produção de grãos da história brasileira.
Considerando as culturas em diferentes fases de plantio, a Conab utilizou modelos estatísticos para estimar a produtividade e a área. Para a soja, a produção estimada é de 162,4 milhões de toneladas, com um aumento de 2,8% na área semeada, reforçando a posição do Brasil como o maior produtor mundial da oleaginosa.
Quanto ao milho, há uma redução de 5% na área total cultivada, estimada em 21,1 milhões de hectares, com produção prevista de 119,1 milhões de toneladas. Para o algodão, espera-se um crescimento de 4,2% na área semeada, totalizando 1,73 milhão de hectares, e produção de 3,04 milhões de toneladas de pluma.
No caso do arroz e feijão, a expectativa é de crescimento na área semeada e produção, sendo 5,2% e 3,3%, respectivamente.
Em relação ao mercado, a demanda doméstica de milho indica um aumento de 6,1% no consumo interno, com 84,5 milhões de toneladas previstas para 2024. A redução na produção brasileira de milho pode impactar as exportações em 2024, resultando em um estoque de 8,9 milhões de toneladas em fevereiro de 2025.
Na soja, as exportações no período de janeiro a outubro de 2023 estão aproximadamente 25% superiores às de 2022, levando a Conab a elevar a previsão de exportação para 98,06 milhões de toneladas.
O algodão em pluma enfrenta desempenho mais fraco, mas com sinais de melhoria na economia, espera-se um aumento de 7,35% no consumo na safra 2023/24, com estoques finais reduzidos em 7,73%. Na balança comercial do trigo, as importações foram revisadas para 5,4 milhões de toneladas, estimando um estoque de passagem de 531,9 mil toneladas ao final da safra 2023.
A safra de café de 2023 no Brasil está estimada em 54,36 milhões de sacas, o que representa um crescimento de 6,8% em relação à safra de 2022.
Maior produtor mundial de café, o Brasil é o segundo maior consumidor. Em 2022, o País respondeu por cerca de 33% da produção mundial de café.
Já a produção mundial de café foi estimada em 174,3 milhões de sacas para a safra 2023-2024.