
Produtores, lideranças e governo se reúnem para discutir soluções estratégicas para o setor
A produção de café depende diretamente de energia, desde o cultivo e irrigação até a colheita, secagem e beneficiamento dos grãos. Em regiões onde a cafeicultura é essencial para a economia, o alto custo da eletricidade e do diesel representa um desafio constante. Nesse contexto, investir em eficiência energética não é apenas uma necessidade, mas uma estratégia para garantir a competitividade e a sustentabilidade do setor.
O consumo de eletricidade e diesel está presente em várias etapas da produção agrícola, como irrigação, mecanização da lavoura, armazenamento e processamento do café. A volatilidade dos preços desses insumos representa um risco econômico significativo, pois aumentos nos custos podem comprometer as margens de lucro dos produtores.
Além disso, a infraestrutura elétrica em muitas áreas rurais ainda apresenta falhas, com oscilações no fornecimento que afetam a qualidade da produção. Um exemplo claro é a secagem dos grãos, que exige controle rigoroso de temperatura. Qualquer interrupção no fornecimento de energia pode comprometer essa etapa do processo, resultando em perdas para o produtor.
De acordo com o especialista em economia rural da Universidade Federal de Lavras (Ufla), Professor Renato Fontes (foto), investir em fontes de energia mais seguras e sustentáveis reduz custos e protege os produtores contra oscilações no mercado de eletricidade e combustíveis.
“O setor cafeeiro enfrenta uma demanda crescente por práticas sustentáveis, principalmente nos mercados internacionais. Consumidores e grandes compradores estão cada vez mais atentos à origem do café e valorizam produtores que adotam soluções ambientalmente responsáveis”, avalia.
Outro fator positivo é o acesso a incentivos governamentais. Existem linhas de crédito e programas de financiamento voltados para a modernização da produção agrícola, o que viabiliza a implementação de novas tecnologias e torna a cafeicultura mais eficiente e resiliente.
Soluções para um consumo mais eficiente
Desafios energéticos no Cerrado Mineiro
A Região do Cerrado Mineiro, reconhecida pela produção de cafés de alta qualidade, enfrenta desafios específicos relacionados à energia. A dependência de fontes energéticas tradicionais e as variações no fornecimento impactam diretamente a produtividade e a qualidade do café. Além disso, a crescente demanda por certificações de sustentabilidade exige práticas mais eficientes e ambientalmente responsáveis.
Diante desse cenário, produtores locais têm adotado diversas estratégias para aprimorar a eficiência energética e promover a sustentabilidade. Técnicas de agricultura regenerativa, por exemplo, vêm sendo aplicadas para melhorar a qualidade dos grãos e conservar o meio ambiente. Práticas como a redução do uso de químicos, implementação de biológicos para controle de pragas e conservação de nascentes estão entre as medidas adotadas.
União e estratégia pela cafeicultura da região
Recentemente, lideranças do setor cafeeiro e autoridades do governo se reuniram para debater soluções energéticas que garantam a sustentabilidade e o desenvolvimento do agronegócio no Cerrado Mineiro. O encontro teve como foco a busca por alternativas que assegurem uma infraestrutura energética eficiente para a cafeicultura, um dos principais motores da economia regional.
A reunião contou com a presença do vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões; do secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Almeida Pereira Fernandes; do secretário de Estado da Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira; do secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio; e do secretário executivo da SEDE, Bruno Araújo Oliveira, além de representantes da Invest Minas e da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).
A Expocacer foi uma das cooperativas participantes e esteve representada pelo presidente do Conselho de Administração, Fernando Beloni, e pelo diretor-presidente executivo, Simão Pedro de Lima. Também participaram lideranças de outras cooperativas da região, reforçando a importância da intercooperação para enfrentar os desafios energéticos que impactam a produção cafeeira.
“Este encontro reflete o nosso compromisso em garantir que os cafeicultores do Cerrado Mineiro tenham acesso a soluções energéticas que atendam às suas necessidades e promovam a sustentabilidade a longo prazo”, afirmou Fernando Beloni.