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Revista3-8

Sucesso de público e de crítica: São Gotardo sedia encontros que reforçam papel estratégico do município no agro do Cerrado Mineiro

Diego Rigueira Domingos compartilhou sua experiência na implantação de pomares de abacate
Diego Rigueira Domingos compartilhou sua experiência na implantação de pomares de abacate

Alta adesão do público, debates técnicos e presença de instituições como Sebrae, Polícia Militar e Federação dos Cafeicultores marcam evento que uniu cafeicultores e abacaticultores em torno de clima, mercado e tecnologia

Nesta quinta-feira, dia 22 de maio, São Gotardo (MG) se consolidou mais uma vez como polo de conhecimento técnico e inovação no agronegócio ao receber o 17º Encontro de Cafeicultores da Região e o 4º Encontro de Produtores de Abacate. Realizados pela Associação de Apoio aos Produtores Rurais da Região de São Gotardo (Assogotardo), Região do Cerrado Mineiro e Sebrae Educampo, no Parque de Exposições da cidade, os eventos reuniram um público expressivo, formado por produtores rurais, técnicos, pesquisadores e representantes de entidades ligadas ao setor.

A grande presença de público reforçou a relevância de espaços como este para o fortalecimento do agronegócio regional. O interesse demonstrado ao longo de toda a programação confirma que o setor está atento, busca informação de qualidade, troca de experiências e, sobretudo, soluções práticas para os desafios do dia a dia no campo.

Mais uma vez, São Gotardo se destacou como referência regional ao sediar debates de alto nível, característica destacada pelo Presidente da Assogotardo, Mário Yamashita, e pelo Prefeito Municipal, Makoto Sekita. A escolha criteriosa dos temas e a qualidade dos palestrantes colocam o município em posição de liderança na agenda do agro do Cerrado Mineiro. Clima, mercado e tecnologia estiveram no centro das discussões, com abordagens realistas, mas também propositivas.

A abertura da programação técnica contou com apresentação de Gustavo Guimarães, Superintendente da Fundacer, que destacou a parceria entre a Federação dos Cafeicultores do Cerrado e o Sebrae, enfatizando o compromisso coletivo com a melhoria contínua da produção rural. Em seguida, o engenheiro agrônomo e produtor Diego Rigueira Domingos compartilhou sua experiência na implantação de pomares de abacate, defendendo a adoção de tecnologias como caminho para aumentar a produtividade com sustentabilidade.

A analista Naiara Marra falou em nome do Sebrae reforçando o papel da instituição como parceira estratégica do campo. Por meio do programa Educampo, o Sebrae tem promovido a profissionalização da gestão nas propriedades, com foco na eficiência, na valorização do produtor como protagonista e na busca por competitividade em mercados cada vez mais exigentes.

À tarde, o físico e meteorologista Luiz Carlos Baldicero Molion chamou a atenção para as mudanças climáticas que já impactam a agricultura. Segundo ele, os próximos dez anos serão desafiadores, exigindo do setor agropecuário investimentos em manejo estratégico, monitoramento climático constante e tecnologias que aumentem a resiliência das lavouras frente à irregularidade das chuvas e às ondas de calor mais intensas.

A Polícia Militar também marcou presença e apresentou suas ações voltadas para a segurança no campo. Entre os destaques, estão o uso de tecnologias de monitoramento e a ampliação das rondas rurais. O objetivo é oferecer mais tranquilidade para produtores e trabalhadores, inibindo furtos e garantindo a continuidade das atividades com segurança.

Outro ponto alto do evento foi a apresentação dos avanços conquistados pelo Núcleo de Inteligência e Fortalecimento da Cafeicultura (NFIC). Baseada em três pilares: qualidade, produtividade e acesso a mercados diferenciados, a estratégia tem gerado resultados positivos que reforçam a importância do trabalho em rede e sinalizam boas perspectivas para os próximos ciclos.

Fechando a programação técnica, o economista Gil C. Barabach trouxe uma análise detalhada do mercado de café, abordando fatores como a volatilidade dos preços, as tensões no comércio internacional e a crescente valorização de produtos com rastreabilidade e qualidade comprovada. Ele defendeu que o diferencial do Cerrado Mineiro está justamente na organização da cadeia produtiva e na consistência dos seus programas de origem.

O encerramento do dia ficou por conta da apresentação artística “Conversando fiado: 2 mineiros e meio”, com Paulo Araújo, Bruno Berg e Iago Maia.

Eventos deixam lições importantes

A Assogotardo pontuou os encontros com duas palavras fundamentais: otimismo e responsabilidade. A entidade destacou o bom momento que a cafeicultura e a abacaticultura vivem na região, mas alertou para a necessidade de planejamento diante das instabilidades no clima e nas dinâmicas de mercado.

Ao final dos eventos de São Gotardo, a mensagem é clara: diante de um cenário climático imprevisível e de um mercado cada vez mais competitivo, informação, planejamento e inovação se tornam peças-chave. O campo está em movimento — e São Gotardo, mais uma vez, mostrou que está na linha de frente.