
A Santo Pingo, primeira queijaria de Perdizes a conquistar a habilitação sanitária do IMA e o Selo Arte, é símbolo do avanço do Queijo Minas Artesanal no Alto Paranaíba. A conquista viabiliza a comercialização nacional e marca o fortalecimento da tradição queijeira mineira com apoio técnico da Emater-MG
Foi com olhar atento para a tradição e os pés firmes no presente que o produtor Caio César Sanson Miguel decidiu dar um novo rumo à propriedade da família, em Perdizes, região de Araxá. O jovem, à frente da queijaria Santo Pingo, acaba de alcançar um feito inédito no município: tornar-se o primeiro produtor local a conquistar a habilitação sanitária do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) para a fabricação de Queijo Minas Artesanal. Além disso, obteve o Selo Arte, credencial que autoriza a venda interestadual do produto.
A história de Caio com os queijos começou há cerca de três anos, quando assumiu a fazenda por meio da sucessão familiar. Segundo contou à equipe da Emater-MG, que o acompanhou em todo o processo, o primeiro passo foi buscar informações sobre crédito rural para estruturar a pecuária leiteira. A produção de queijos começou de forma modesta, apenas para consumo da família, mas o reconhecimento da qualidade entre amigos e parentes motivou o investimento em capacitação e legalização da agroindústria.
A extensão rural teve papel decisivo. “Quando me entusiasmei com a arte do queijo, a vontade era fazer um produto que pudesse ser apreciado por qualquer pessoa. Hoje, isso será possível, pois temos um produto com segurança alimentar, cuidando do meio ambiente, com colaboradores treinados e instalações com padrões de excelência. Sem a extensão rural, não seria possível”, relatou o produtor. A capacidade atual da Santo Pingo é de 20 peças por dia, com produção estruturada de acordo com as boas práticas de ordenha e fabricação.
A queijaria contou com a orientação da Rede de Assistência Técnica e Extensão Rural em Queijos Artesanais da Emater-MG. A rede participou de todas as etapas: desde o projeto da estrutura física, passando pela rotulagem e procedimentos operacionais padrão, até a implantação de mecanismos de rastreabilidade. A extensionista Lilian Cristina Andrade de Araújo destacou a relevância do momento. “Com o reconhecimento dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal como patrimônio cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco, cada nova queijaria registrada representa a preservação deste patrimônio no estado”.
A conquista reforça a importância da sucessão no campo e da assistência técnica contínua para a agregação de valor à produção artesanal. Conforme estabelece o Decreto n.º 48024, o Queijo Artesanal é produzido com leite integral fresco e cru, mantendo características próprias de identidade e qualidade. Em Perdizes, a Santo Pingo agora é referência deste movimento.