Além de acompanhar demonstrações de equipamentos na lavoura da Epamig, visitantes experimentaram cafés harmonizados com quiches, cestas de granola e mousses com chantilly de manjericão
Em resumo:
Os vários pontos do Campo Experimental da Epamig em Três Pontas registraram uma intensa movimentação nesta quinta-feira (18), segundo dia da Expocafé 2023. A maior feira da cafeicultura brasileira é realizada pela Empresa Pesquisa Agropecuária de Minas. Dinâmicas de campo pela manhã e tecnologias inovadoras à tarde marcaram o dia. O evento termina nesta sexta-feira.
Na manhã de quinta-feira, houve dinâmica de máquinas com demonstrações em campo de equipamentos de colheita e defensivos pré-emergentes, e foram apresentadas pesquisas da Epamig, Universidade Federal de Lavras (Ufla) e Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG).
As empresas Nakashi, Stihl, Brudden, Makita e Husqvarna apresentaram derriçadeiras, sopradores, esqueletadeiras e pulverizadores e destacaram a sustentabilidade de seus produtos. Os participantes tiveram a oportunidade de testar os equipamentos diretamente na lavoura de café. A Kamaq mostrou uma roçadeira mais ecológica e que agride menos o campo, além de uma adubadeira com fluxo de aplicação regulável.
A Ihara levou para a Expocafé 2023 a linha de defensivos pré-emergentes, que não causam problemas relacionados à fitotoxicidade nas plantas de café. Já a Bayer apresentou novos herbicidas que deixam a lavoura limpa de ervas daninhas por seis meses, sem interferir no sistema radicular das plantas.
No estande da Epamig, a pesquisadora da Empresa, Vanessa Figueiredo, apresentou o trabalho “Colheita de sucesso: cultivares de café de alta performance”. Ela mostrou alguns resultados de cultivares testadas entre as safras 2019/2020 e 2022/2023, em mais de 32 Unidades Demonstrativas em propriedades rurais parceiras da Epamig, localizadas nas regiões do Cerrado e Sul de Minas.
A pesquisadora destacou a cultivar lançada recentemente pela Empresa, a MGS Catucaí Pioneira, que apresentou níveis de produtividade muito satisfatórios. “Hoje em dia, há aproximadamente 118 cultivares disponíveis de café, então é muito importante que os produtores façam uma escolha estudada e assertiva, que seja a mais adaptada para a região onde vão iniciar sua produção”, explicou a pesquisadora da Epamig.
Representando a Ufla, o Grupo de Extensão e Pesquisa em Agricultura Digital (GECAD) demonstrou seu trabalho com um drone de pulverização. O objetivo da pesquisa é determinar as melhores faixas de aplicação, altura e sentido de voo, além da deposição nas três partes da planta do café.
Por sua vez, a Emater-MG levou para o evento um trabalho com plantas de cobertura, destacando sua importância para a ação de microrganismos benéficos, estruturação do solo, geração de matéria orgânica barata e retenção de umidade.
À tarde, o estande Produtor Inovador seguiu com a missão de conectar pesquisa, demandas de produtores e soluções inovadoras para solucionar gargalos. Professoras e pesquisadoras da Ufla apresentaram as linhas de ação do Programa Avança Café, coordenado pela instituição em conjunto com a Universidade Federal de Viçosa (UFV).
“Hoje temos uma série de desafios na cafeicultura, como clima, preço e exportação. O Avança Café está aqui para transformar ideias inovadoras em negócios acessíveis para auxiliar na solução de alguns desses desafios do setor”, explicou a professora da Ufla e integrante do programa, Dalyse Toledo Castanheira. “Podemos inovar e temos ferramentas no agro disponíveis para isso, mas às vezes não sabemos por onde começar para transformar uma ideia inovadora em um negócio. É aí que entra o Avança Café, para fazer essa ponte”, completou.
O estande Aromas e Sabores recebeu duas oficinas sensoriais que tiveram lotação máxima. Durante a manhã, a Berilo Cafés Especiais conduziu uma degustação comentada de cafés fermentados. “Foram apresentados cafés que passaram por diferentes processos fermentativos, desde a fermentação natural feita em bombonas com a ausência de oxigênio, até com o acréscimo de leveduras, que aceleram o processo”, contou o coordenador do estande, e pesquisador da Epamig Sul, Denis Nadaleti.
No período da tarde, a professora Larissa Fassio, do curso de gastronomia do Centro Universitário de Lavras (Unilavras), conduziu uma harmonização de diferentes cafés com pratos inusitados: uma quiche de queijo com calda de rapadura e limão siciliano, cestinhas de granola com iogurte natural e mousse de chocolate e canela com chantilly de manjericão. Segundo a professora, nem tudo que combina com café, harmoniza com o sabor da bebida. “Temos hábitos culturais de consumir alimentos que até combinam, mas acabam matando o sabor do café, como é o caso do pão de queijo. Para harmonizar, é preciso que o alimento traga peso e novas sensações para potencializar o sabor do café”.