
Café lidera exportações de Minas, com quase US$ 1 bi em março. Soja sustenta superávit da balança comercial, com forte demanda da China
O agronegócio manteve seu protagonismo nas exportações brasileiras em março e no início de abril, com destaque para Minas Gerais, onde o café respondeu por 72% da receita do setor no mês, alcançando quase US$ 1 bilhão, segundo a Conab. No trimestre, as vendas externas do agro mineiro somaram US$ 3,3 bilhões, com o café representando mais da metade desse valor. Outro produto em evidência é a soja, cuja colheita avança e mantém ritmo firme de embarques, com forte demanda da China. O bom desempenho do agro impulsionou o superávit comercial do país, que já acumula saldo positivo de US$ 21,2 bilhões no ano, conforme dados da Secex.
Minas Gerais seguiu com o café como principal item da pauta de exportações do agronegócio em março, de acordo com o Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado no dia 31. A commodity representou 72% da receita gerada pelo setor no estado, com valor próximo a US$ 1 bilhão.
Segundo o levantamento, o volume exportado alcançou 2,9 milhões de sacas de 60 quilos, número 4% superior ao registrado em janeiro de 2024. A receita obtida com essas vendas teve alta de 70% em relação ao mesmo mês do ano passado.
No acumulado do primeiro trimestre de 2024, dados da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa-MG) indicam que o estado exportou US$ 3,3 bilhões em produtos do agro, respondendo por 17,3% das exportações nacionais do setor. Desse total, o café respondeu por 56,1%, com vendas totais de US$ 1,85 bilhão.
Além do café, o segmento de carnes — que inclui bovinos, suínos e frangos — também teve desempenho positivo em março. As exportações somaram US$ 113,2 milhões, com crescimento de 4,5% na receita. O aumento foi impulsionado pelas vendas de carne de frango e de carne suína. Por outro lado, as exportações de carne bovina apresentaram retração, atribuída pela Conab à redução das compras da China, principal destino desse produto brasileiro.
Soja mantém ritmo de embarques e colheita avança no país
A soja brasileira mantém preços internos próximos da estabilidade, apesar de leve baixa registrada nos últimos dias do mês de março. De acordo com análise da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), referente ao período de 28 de março a 3 de abril, o mercado foi influenciado por prêmios mais baixos e pela cotação do dólar, mantida ao redor de R$ 5,70.
“A média de preços no Rio Grande do Sul fechou em R$ 127,38 por saca, com valores em balcão girando em torno de R$ 125,00”, informou a Ceema. Em outras regiões do país, os preços variaram entre R$ 105,00 e R$ 119,50 por saca nas principais praças de comercialização.
A demanda externa segue como motor das exportações do grão. Segundo a Agrinvest, até 25 de março o Brasil havia carregado 22,8 milhões de toneladas de soja, sendo 17,7 milhões destinadas à China. “Esses volumes refletem, em parte, compras antecipadas de 33 milhões de toneladas realizadas pela China até dezembro de 2023”, aponta o relatório.
A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) acrescenta que a participação chinesa nas exportações brasileiras cresceu. “Nos dois primeiros meses do ano, o país asiático respondeu por 79% dos embarques, ante 75% no mesmo período de 2023.”
Em relação à colheita, levantamento da Pátria AgroNegócios e da AgRural indica que 82% da área plantada já foi colhida, superando a média histórica de 79,3%. No Paraná, a colheita alcançou 95% da área. No Centro-Oeste, está praticamente finalizada. No Rio Grande do Sul, os trabalhos cobriam 24% da área até 27 de março, ligeiramente acima da média dos últimos cinco anos, de 22%, segundo dados da Emater.
Superávit comercial brasileiro chega a US$ 1,8 bilhão na primeira semana de abril
A balança comercial brasileira começou abril com saldo positivo. De acordo com dados divulgados pela Secex, o superávit da primeira semana do mês (dias 1º a 7) foi de US$ 1,8 bilhão, resultado de exportações no valor de US$ 6,676 bilhões e importações de US$ 4,877 bilhões.
No acumulado do ano até a primeira semana de abril, a balança comercial registra superávit de US$ 21,294 bilhões. As exportações somaram US$ 92,728 bilhões, com média diária de US$ 1,932 bilhão — variação positiva de 2,4% em relação à média de abril de 2023. As importações, por sua vez, totalizaram US$ 71,434 bilhões, com média diária de US$ 1,488 bilhão, o que representa queda de 1,1% no comparativo com o mesmo período do ano anterior.
O desempenho favorável da balança tem sido influenciado pelo agronegócio, especialmente pelos embarques de soja, milho, café, carne bovina e açúcar. A receita gerada por essas exportações tem contribuído para o equilíbrio das contas externas e fortalecimento do setor produtivo nacional.
Os dados apontam para a manutenção do agronegócio como principal vetor das exportações brasileiras. Minas Gerais e as demais regiões produtoras seguem com papel estratégico no fornecimento de alimentos, matérias-primas e insumos para diversos mercados. O crescimento das exportações de soja e café, aliado ao desempenho positivo da balança comercial, reforça a importância do setor para a economia e para as relações comerciais do Brasil com o mundo.
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