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Brasileiro precisa consumir mais hortaliças

Eduardo Sekita falando durante o I Encontro Nacional do Ibrahort
Eduardo Sekita fala durante o I Encontro Nacional do Ibrahort (Foto: Ibrahort)

Eduardo Sekita recebeu a equipe do 100Porcentoagro para entrevista exclusiva. No bate-papo, uma análise do Encontro Nacional, realizado em Holambra (SP), o atual momento da horticultura e perspectivas

  • O Ibrahort surgiu dentro do Ministério da Agricultura como um fórum para operar como braço executivo da câmara setorial das hortaliças.
  • Mesmo algumas culturas tendo sua associação específica, o Instituto apoia para envolver todas as culturas.
  • Em 28 de abril, mais de 170 pessoas participaram do I Encontro Nacional do Ibrahort. Era um anseio da diretoria havia muito tempo. Proposta foi aproximar dos produtores e empresas parceiras.
  • Sede fica em Holambra (SP), por motivos estratégicos para pessoas e empresas envolvidas.
  • Registro de produtos é uma das principais pautas do Instituto para garantir produtos cada vez mais seguros.
  • Presidente apoia e estimula possível implantação de um Centro de Excelência em Hortifruti no Alto Paranaíba. Razão principal é a formação e capacitação de mão de obra para o agronegócio.
  • Por fim, Eduardo Sekita diz que o Instituto vai trabalhar no sentido de ampliar o consumo de hortaliças pela população brasileira. Embora o Brasil seja um grande produtor, consumo per capita é baixo.

Veja a entrevista completa

 

O engenheiro agrônomo Eduardo Sekita, diretor executivo da Sekita Agronegócios, é o atual Presidente do Instituto Brasileiro de Horticultura (Ibrahort). Resultado da atuação da Câmara Setorial e Temática das Hortaliças na estrutura do Ministério da Agricultura e Pecuária, o Ibrahort nasceu com a missão de discutir e propor pautas de interesse do setor, especialmente nas políticas públicas.

As câmaras setoriais e temáticas propõem, apoiam e acompanham ações para o desenvolvimento das atividades das cadeias produtivas do agronegócio brasileiro. Em entrevista exclusiva, Eduardo comentou o sucesso do I Encontro Nacional do Instituto, citou ações específicas para Minas Gerais e o Alto Paranaíba, disse que o Instituto incentiva a criação de um centro de excelência em hortifruti na região para formar e capacitar mão de obra para o setor e anunciou que uma das metas do Instituto é estimular o aumento do consumo de hortaliças pelo brasileiro. “É uma questão de saúde e de segurança alimentar, diz.

O Ibrahort

O Instituto Brasileiro de Horticultura atua estrategicamente no agronegócio visando ao desenvolvimento da cadeia produtiva de hortaliças. Fundado em 25 de novembro de 2010, busca promover o conhecimento, incentivar o consumo saudável, estreitar o relacionamento com a cadeia produtiva e o desenvolvimento sustentável.

Sua criação ocorreu no âmbito da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Hortaliças do então Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), como resultado da elaboração da Agenda Estratégica do setor, com o foco de organização das diretrizes de atuação para resultados efetivos em prol do seu desenvolvimento técnico, social e mercadológico da horticultura brasileira.

Mesmo quando algumas culturas têm associações próprias, o Ibrahort apoia e soma forças para fortalecer o setor, explica Eduardo Sekita.

I Encontro Nacional

O I Encontro Nacional Ibrahort, realizado em 28 de abril, em Holambra (SP), foi considerado um sucesso pelos participantes e pela organização. O evento reuniu cerca de 170 associados, produtores, empresas do setor, pesquisadores e representantes de centrais de abastecimento e de entidades representativas.

“A primeira edição foi um sucesso, os participantes tiveram acesso a conteúdo de extrema qualidade, além de muita interação e networking. Uma oportunidade para encontrarmos presencialmente com os nossos associados e parceiros”, afirmou Eduardo Sekita.

Para Manoel Oliveira, diretor executivo do Instituto, “a programação foi bastante diversificada com temas estratégicos para a cadeia produtiva de hortaliças. Agradecemos a todos os envolvidos e patrocinadores que possibilitaram receber esse time de peso no endereço sede do Ibrahort”.

Brasil precisa aumentar o consumo de hortaliças

O Presidente do Ibrahort afirma que o consumo de hortaliças no Brasil é muito baixo, e uma das metas do Instituto é mudar esse cenário. “O brasileiro está entre os que menos consomem hortaliças no mundo. É uma questão de saúde e de segurança alimentar”.

Dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) apontam que o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas, com cerca de 45 milhões de toneladas ao ano. A maior parte desta produção é voltada para o mercado consumidor interno – somente 2,5% é exportada.

O mercado brasileiro de hortaliças é altamente diversificado e segmentado, com o volume de produção concentrado em seis espécies – batata, tomate, melancia, alface, cebola e cenoura, sendo a agricultura familiar responsável por mais da metade da produção. Domesticar espécies nativas, como o guaranazeiro, para que sejam mais produtivas e resistentes às doenças é um ganho advindo da pesquisa agropecuária.

Outras tecnologias, tais como os clones de cajueiro-anão precoce, possibilitam ao produtor viabilizar economicamente a produção mesmo em condições adversas de clima. É também a disponibilização de tecnologias que possibilita ao Brasil produzir uvas até mesmo no Semiárido e colher duas safras de mangas. 

Ações específicas no Alto Paranaíba

Eduardo Sekita comentou ainda que o Ibrahort tem uma pauta de inciativas gerais, dedicado especial atenção a temas relacionados ao registro de produtos para garantir produtos cada vez mais seguros.

Uma das pautas que despertam maior atenção no Alto Paranaíba é a recente criação da Comissão Nacional de Cenoura e Beterraba dentro da estrutura do Ibrahort. A ideia é discutir pautas específicas do setor.

Criação do Centro de Excelência em Hortifruti

O Sistema Faemg-Senar vem sendo provocado regularmente no sentido de viabilizar a criação do Centro de Excelência em Hortifruti, nos mesmos moldes do Centro de Excelência em Cafeicultura, implantado em Varginha, no Sul de Minas. Perguntado a respeito, Eduardo Sekita disse que o Ibrahort acompanha o tema com interesse e apoia a iniciativa.

“Essa é uma pauta imprescindível. Temos conversado muito entre os produtores da região esse grande gargalo. A questão da mão de obra especializada está cada vez mais escassa. Criar centros de excelência é um das várias pautas que temos discutido”, concluiu o Presidente do Ibrahort.