Eduardo Sekita recebeu a equipe do 100Porcentoagro para entrevista exclusiva. No bate-papo, uma análise do Encontro Nacional, realizado em Holambra (SP), o atual momento da horticultura e perspectivas
O engenheiro agrônomo Eduardo Sekita, diretor executivo da Sekita Agronegócios, é o atual Presidente do Instituto Brasileiro de Horticultura (Ibrahort). Resultado da atuação da Câmara Setorial e Temática das Hortaliças na estrutura do Ministério da Agricultura e Pecuária, o Ibrahort nasceu com a missão de discutir e propor pautas de interesse do setor, especialmente nas políticas públicas.
As câmaras setoriais e temáticas propõem, apoiam e acompanham ações para o desenvolvimento das atividades das cadeias produtivas do agronegócio brasileiro. Em entrevista exclusiva, Eduardo comentou o sucesso do I Encontro Nacional do Instituto, citou ações específicas para Minas Gerais e o Alto Paranaíba, disse que o Instituto incentiva a criação de um centro de excelência em hortifruti na região para formar e capacitar mão de obra para o setor e anunciou que uma das metas do Instituto é estimular o aumento do consumo de hortaliças pelo brasileiro. “É uma questão de saúde e de segurança alimentar, diz.
O Instituto Brasileiro de Horticultura atua estrategicamente no agronegócio visando ao desenvolvimento da cadeia produtiva de hortaliças. Fundado em 25 de novembro de 2010, busca promover o conhecimento, incentivar o consumo saudável, estreitar o relacionamento com a cadeia produtiva e o desenvolvimento sustentável.
Sua criação ocorreu no âmbito da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Hortaliças do então Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), como resultado da elaboração da Agenda Estratégica do setor, com o foco de organização das diretrizes de atuação para resultados efetivos em prol do seu desenvolvimento técnico, social e mercadológico da horticultura brasileira.
Mesmo quando algumas culturas têm associações próprias, o Ibrahort apoia e soma forças para fortalecer o setor, explica Eduardo Sekita.
O I Encontro Nacional Ibrahort, realizado em 28 de abril, em Holambra (SP), foi considerado um sucesso pelos participantes e pela organização. O evento reuniu cerca de 170 associados, produtores, empresas do setor, pesquisadores e representantes de centrais de abastecimento e de entidades representativas.
“A primeira edição foi um sucesso, os participantes tiveram acesso a conteúdo de extrema qualidade, além de muita interação e networking. Uma oportunidade para encontrarmos presencialmente com os nossos associados e parceiros”, afirmou Eduardo Sekita.
Para Manoel Oliveira, diretor executivo do Instituto, “a programação foi bastante diversificada com temas estratégicos para a cadeia produtiva de hortaliças. Agradecemos a todos os envolvidos e patrocinadores que possibilitaram receber esse time de peso no endereço sede do Ibrahort”.
O Presidente do Ibrahort afirma que o consumo de hortaliças no Brasil é muito baixo, e uma das metas do Instituto é mudar esse cenário. “O brasileiro está entre os que menos consomem hortaliças no mundo. É uma questão de saúde e de segurança alimentar”.
Dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) apontam que o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas, com cerca de 45 milhões de toneladas ao ano. A maior parte desta produção é voltada para o mercado consumidor interno – somente 2,5% é exportada.
O mercado brasileiro de hortaliças é altamente diversificado e segmentado, com o volume de produção concentrado em seis espécies – batata, tomate, melancia, alface, cebola e cenoura, sendo a agricultura familiar responsável por mais da metade da produção. Domesticar espécies nativas, como o guaranazeiro, para que sejam mais produtivas e resistentes às doenças é um ganho advindo da pesquisa agropecuária.
Outras tecnologias, tais como os clones de cajueiro-anão precoce, possibilitam ao produtor viabilizar economicamente a produção mesmo em condições adversas de clima. É também a disponibilização de tecnologias que possibilita ao Brasil produzir uvas até mesmo no Semiárido e colher duas safras de mangas.
Eduardo Sekita comentou ainda que o Ibrahort tem uma pauta de inciativas gerais, dedicado especial atenção a temas relacionados ao registro de produtos para garantir produtos cada vez mais seguros.
Uma das pautas que despertam maior atenção no Alto Paranaíba é a recente criação da Comissão Nacional de Cenoura e Beterraba dentro da estrutura do Ibrahort. A ideia é discutir pautas específicas do setor.
O Sistema Faemg-Senar vem sendo provocado regularmente no sentido de viabilizar a criação do Centro de Excelência em Hortifruti, nos mesmos moldes do Centro de Excelência em Cafeicultura, implantado em Varginha, no Sul de Minas. Perguntado a respeito, Eduardo Sekita disse que o Ibrahort acompanha o tema com interesse e apoia a iniciativa.
“Essa é uma pauta imprescindível. Temos conversado muito entre os produtores da região esse grande gargalo. A questão da mão de obra especializada está cada vez mais escassa. Criar centros de excelência é um das várias pautas que temos discutido”, concluiu o Presidente do Ibrahort.