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Revista3-8

Café impulsiona exportações do agro mineiro, que somam US$ 9,8 bilhões no semestre

Com preços recordes, café responde por mais da metade das exportações do agronegócio de Minas Gerais. Carnes e soja completam a pauta

Minas Gerais fechou o primeiro semestre de 2025 com avanço expressivo nas exportações do agronegócio. De janeiro a junho, as vendas externas do setor totalizaram US$ 9,8 bilhões, crescimento de 18% em relação ao mesmo período do ano anterior. A expansão no valor embarcado foi puxada principalmente pelo café, responsável por mais da metade da receita do estado no campo.

Mesmo com a redução de 9% no volume total exportado, que atingiu 8,5 milhões de toneladas, Minas consolidou sua posição como o terceiro maior exportador do agronegócio brasileiro. O desempenho positivo foi obtido em meio a um cenário de desafios no comércio internacional, como mudanças logísticas, tarifações e flutuações cambiais.

As exportações mineiras alcançaram 169 destinos ao redor do mundo. Entre os principais compradores destacam-se China (25,4% de participação), Estados Unidos (12%), Alemanha (8,1%), Itália (5,5%) e Japão (4,6%). O número de produtos exportados ultrapassou 560 itens agropecuários, com ampla variedade e representatividade nos mercados globais.

A assessora técnica da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Maíra Ferman, atribui o desempenho à capacidade de adaptação do setor diante das adversidades internacionais. “O agronegócio mineiro apresentou bons resultados, mesmo diante de um cenário internacional desafiador, marcado por tarifações comerciais pelos EUA, volatilidade cambial e mudanças nos fluxos logísticos globais. Além da valorização dos preços, o setor soube aproveitar o cenário de escassez de oferta em alguns segmentos e as oportunidades criadas pelo mercado externo mais seletivo”, avaliou.

Café lidera com valorização histórica: O café se manteve como principal produto da pauta exportadora do estado. Sozinho, representou 56% da receita total do agro mineiro no semestre. O setor faturou US$ 5,5 bilhões, registrando alta de 61% sobre os valores do mesmo período de 2024.

O crescimento expressivo no valor não foi acompanhado pelo volume exportado. As vendas externas de café somaram 13,7 milhões de sacas, com recuo de 8,8%. A disparidade entre os indicadores confirma o impacto da elevação dos preços no mercado internacional. O movimento de valorização foi sustentado por fatores como menor oferta global e aumento da demanda de países como Estados Unidos, Alemanha, Itália, Japão e Bélgica.

Carnes ampliam receita e volume: As exportações de carnes (bovina, suína e de frango) apresentaram evolução tanto em valor quanto em quantidade. A receita do setor alcançou US$ 831,6 milhões, um crescimento de 16,8%. O volume embarcado foi de 238,6 mil toneladas, alta de 4,5% em relação ao primeiro semestre de 2024. O bom desempenho foi impulsionado, principalmente, pelas vendas de carne bovina.

Queda em outros segmentos: Outros segmentos relevantes da pauta exportadora mineira apresentaram retração. O setor sucroalcooleiro movimentou US$ 714,4 milhões, com redução de 29,3% no valor e embarque de 1,6 milhão de toneladas

As exportações de produtos florestais totalizaram US$ 528 milhões, com volume de 848 mil toneladas, indicando queda de 9%. O complexo soja (grãos, óleo e farelo) registrou US$ 1,91 bilhão em receita, com 4,8 milhões de toneladas embarcadas. Em relação ao primeiro semestre de 2024, houve redução de 16,4% no valor e de 7,5% no volume.