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Embrapa: nova tecnologia sobre prenhez precoce de Nelore

Protocolo é exclusivo para fêmeas Nelore entre 12 e 16 meses (Foto: Amanda Alves/Embrapa)
Protocolo é exclusivo para fêmeas Nelore entre 12 e 16 meses (Foto: Amanda Alves/Embrapa)

Nono protocolo é sobre fêmeas bovinas da raça com idade entre 12 e 16 meses. Condição básica é que apresentem índices adequados de fertilidade e produtividade

 

A Embrapa acaba de lançar o Protocolo Embrapa +Precoce P14, uma tecnologia que possibilita a reprodução de fêmeas bovinas da raça Nelore com idade entre 12 e 16 meses, desde que apresentem índices adequados de fertilidade e produtividade. Desenvolvido por uma equipe multidisciplinar de pesquisadores, o novo processo produtivo é indicado para propriedades com certo nível de tecnificação, sistema produtivo de cria e situadas nos biomas Cerrado e Mata Atlântica. 

A precocidade é um dos principais parâmetros de escolha para melhoria da qualidade da carne e eficiência de sistemas de produção de bovinos de corte. Além de ampliar a taxa de prenhez, acelera o alcance de peso corporal no início da idade reprodutiva. Em sistemas intensificados, a precocidade potencializa os índices produtivos, aumentando a arroba produzida por hectare.

O P14 busca, no mínimo, 35% de taxa de prenhez na primeira IATF (inseminação artificial por tempo fixo) e superior a 50% no fim da primeira estação reprodutiva. Entre os resultados obtidos, destacou-se o peso na desmama de bezerros machos e fêmeas, filhos de primíparas, nas categorias precoce e convencional. Com 210 dias, tiveram peso na desmama de 163,6 kg e 173,1 kg, fêmeas e machos, respectivamente.

Saiba mais

O protocolo pode ser adaptado e aplicado a outras raças. Para alcançar as metas previstas pelos pesquisadores, é importante observar a desmama, dando prioridade a vacas com bom histórico materno (e também paterno) reprodutivo e de precocidade. Também devem ser selecionadas fêmeas geradas no início da estação de nascimento, completando 14 meses em novembro e dezembro, além daquelas com maior peso corporal na desmama.

O manejo alimentar considera a pastagem e a suplementação. Para a pastagem é recomendável definir a área três meses antes da desmama e optar por gramíneas como os capins marandu, piatã, coastcross ou tifton. Para a suplementação alimentar, apresentam-se fórmulas de rações e consideram-se três classes de animais com peso na desmama e respectivos ganhos de peso para atingir o objetivo de peso no início da primeira estação reprodutiva.

A pesquisa aponta soluções comuns para monta natural ou IATF. A seleção de reprodutores que produzam bezerros mais leves ao nascimento é essencial. A estação de reprodução deve ser programada para que os nascimentos ocorram entre setembro e outubro e evitar grande perda de condição corporal das fêmeas até a estação de monta seguinte.

Para os pesquisadores da Embrapa, mesmo seguindo esse passo a passo, é primordial que o rebanho a ser manejado já apresente elevado desempenho reprodutivo, com taxa de prenhez superior a 75%. Os touros selecionados devem passar por avaliação genética, confirmando se estão aptos em relação ao potencial genético para fertilidade. Para as fêmeas, é recomendável aquelas que tenham maior profundidade de costela e maior espessura de gordura subcutânea na garupa.

O Protocolo Embrapa +Precoce P14 está sendo apresentado à comunidade técnico-científica durante o Simpósio Repronutri, que acontece nos dias 12 e 13 de setembro, em Campo Grande, MS. O evento é um fórum de discussão voltado às temáticas de reprodução, genética, produção e nutrição animal. A última edição presencial foi em 2019 e contou com mais de mil participantes.