Houve altas importantes nas principais estatísticas. Presidente da Conab diz que houve recuperação da produção, principalmente nas áreas arábica
Em resumo:
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A colheita de café deste ano foi estimada em 54,74 milhões de casas beneficiadas. A projeção é resultado do levantamento realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), indicando crescimento de 7,5% em relação à safra anterior, que registrou 50,92 milhões de sacas em 2022. O aumento é esperado mesmo em um ano de bienalidade negativa
O 2º levantamento da cultura foi divulgado hoje (18) pela Conab e, se a projeção para este ano for confirmada, para este ano for comparada, poderá representar alta de 14,7% comparada ao volume colhido na safra 2021, último ano de bienalidade negativa.
“Por ser uma cultura perene, a estiagem e as geadas ocorridas ainda em 2021 influenciaram no desempenho produtivo das lavouras de café no ano passado não permitindo que as plantas atingissem seu potencial produtivo. Como as condições climáticas em 2022 foram melhores, é possível verificar uma recuperação dessa produção, principalmente nas áreas produtoras de café arábica”, analisa o Presidente da Conab, Edegar Pretto.
Em 2023, a expectativa para o café arábica é de 37,93 milhões de sacas colhidas e beneficiadas, o equivalente a 69,3% da produção de café no país. O volume representaria um incremento de 15,9% sobre a safra de 2022. “Essa alta é explicada tanto pelo aumento de 1,9% na área em produção da espécie, aliado ao ganho de 13,7% no rendimento das lavouras, como verificado em Minas Gerais, maior produtor de arábica”, diz o gerente de Acompanhamento de Safras da Companhia, Fabiano Vasconcellos.
O café conilon tem perspectiva de produção para a atual temporada de 16,81 milhões de sacas — redução de 7,6% em relação à safra passada. O esperado incremento na colheita de Rondônia, Bahia e Mato Grosso não compensaram as perdas de produtividade estimadas no Espírito Santo, maior produtor de conilon. “Durante o desenvolvimento do grão no estado capixaba, foram registradas condições adversas, principalmente as fases iniciais do ciclo da cultura, impactando no desempenho dos cafezais”, explica Vasconcellos.
O levantamento divulgado pela Conab registra a área em produção total destinada à cafeicultura no país em 2023, considerando as duas espécies mais cultivadas no país: arábica e conilon. O total é de 1,87 milhão de hectares, alta de 1,7% sobre a área da safra anterior.
A área em formação — aquela destinada à introdução de novas plantas ou para realizar tratos culturais, como podas drásticas –, está estimada em 375,5 mil hectares em formação, queda de 6% em relação ao ciclo anterior.
Entre janeiro e abril deste ano, o Brasil exportou 11,2 milhões de sacas de 60 kg — queda de 20,3% em comparação com a exportação de 14,1 milhões de sacas em igual período de 2022. A redução repete o comportamento registrado em 2021 e 2022 em razão da restrição da oferta interna nos primeiros meses do ano, limitando a disponibilidade de café para a venda ao exterior.
O cenário de estoques restritos no início deste ano foi influenciado pelas adversidades climáticas que limitaram a produção de café no Brasil nos últimos dois anos. “Porém, a boa expectativa para a atual safra, após melhora das condições climáticas, favorece a recomposição dos estoques e pode contribuir para a recuperação da exportação do produto no segundo semestre”, aponta o analista de mercado da Conab, Fábio Silva Costa.
A tendência é de queda das cotações a partir do avanço da colheita, não sendo esperadas reduções expressivas. Os estoques baixos dão suporte aos preços do café e impedem quedas significativas das cotações neste momento.