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Revista3-8

Com força do agro, Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba lideram geração de empregos em Minas

Vista aérea de São Gotardo, uma das campeãs na geração de emprego (Foto: Prefeitura de São Gotardo)
Vista aérea de São Gotardo, uma das campeãs na geração de emprego (Foto: Prefeitura de São Gotardo)

Cidades como Rio Paranaíba, São Gotardo, Uberlândia e Sacramento puxam resultado positivo do Estado em junho, impulsionadas por colheitas de café e alho

Minas Gerais registrou, em junho, um desempenho expressivo na geração de empregos formais, consolidando-se como o segundo estado com maior saldo de contratações no País. Segundo dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o Estado abriu 24.228 novas vagas com carteira assinada, atrás apenas de São Paulo, que somou 40 mil postos.

Ao observar o mapa das cidades responsáveis por esse crescimento, chama atenção o protagonismo do interior. Quatro dos cinco municípios mineiros com os maiores saldos estão fora das regiões metropolitanas. Três pertencem ao Alto Paranaíba — Rio Paranaíba, São Gotardo e Sacramento —, e um ao Triângulo Mineiro — Uberlândia. Juntos, esses quatro, somados à capital Belo Horizonte, responderam por quase 35% dos empregos gerados em Minas Gerais no mês.

Na liderança do ranking, Belo Horizonte apresentou um saldo de 3.394 vagas. O setor de serviços foi o principal motor da capital, com 2.400 novos postos, seguido da construção civil (715) e do comércio (257). A agropecuária, por sua vez, teve uma ligeira retração, com três desligamentos a mais que contratações.

Mas foi no campo que o Estado demonstrou sua principal força. Rio Paranaíba, com população estimada em menos de 15 mil habitantes, surpreendeu ao ocupar a segunda colocação estadual, com 1.979 novos empregos. Desse total, 1.977 estão vinculados ao setor agropecuário. A explicação está nas lavouras que ocupam o município: a colheita de culturas como café e alho movimentou o mercado de trabalho rural e influenciou diretamente o resultado.

Vizinha de Rio Paranaíba, São Gotardo também viveu um movimento semelhante. Foram 1.552 vagas criadas, das quais 1.541 na agropecuária. O município também obteve desempenho positivo nos setores industrial e de serviços, confirmando seu papel de destaque na economia regional.

No Triângulo Mineiro, Uberlândia confirmou sua tradição como polo diversificado. A cidade registrou saldo de 988 empregos formais. O setor de serviços respondeu por 308 vagas, seguido pelo comércio (248) e pela agropecuária (337). A distribuição mostra uma base econômica equilibrada, sustentada tanto por atividades urbanas quanto rurais.

Sacramento, também no Alto Paranaíba, completou a lista das cinco cidades com maior número de contratações no Estado. Foram criadas 400 novas vagas formais, sendo 378 no campo. O avanço, mais uma vez, está relacionado ao calendário agrícola, com destaque para o período de colheita nas lavouras locais.

O resultado do mês é reflexo direto da influência da agropecuária na economia mineira. Segundo Adriano Miglio Porto, economista do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), “o agro foi responsável por mais da metade do saldo de empregos gerados no Estado, com destaque para o cultivo de café e do alho, que iniciaram a colheita em junho”.

O levantamento também revela uma tendência de recuperação sustentada. Pela terceira vez consecutiva, todos os cinco grandes setores da economia mineira — agropecuária, indústria, construção, comércio e serviços — apresentaram saldos positivos de contratações. No acumulado do primeiro semestre, Minas somou 149,3 mil novos empregos com carteira assinada, liderando a região Sudeste em taxa de crescimento no saldo de empregos.

O campo segue cumprindo papel estratégico no fortalecimento do mercado de trabalho mineiro. A performance de cidades de pequeno e médio porte como Rio Paranaíba e São Gotardo mostra que os ciclos agrícolas mantêm forte capacidade de absorver mão de obra e movimentar a economia, especialmente em períodos de colheita.