Paulo Bertolini assume presidência da Abramilho e defende priorização do milho na agricultura brasileira, projetando superação da produção de soja nos próximos anos
Nesta quarta-feira (1), a Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) empossa seu novo presidente, Paulo Bertolini, eleito em votação online no último domingo. Bertolini é o sucessor de Otávio Fernandes Canesin, e terá mandato de três anos, até 2027.
Uma das prioridades da nova gestão é marcar presença destacada em pautas importantes da agricultura. Bertolini defenderá os interesses do setor em temas como barreiras comerciais e sustentabilidade. Ele vê as barreiras comerciais mascaradas, na maioria das vezes, como ‘barreiras para garantir a sustentabilidade’.
O novo presidente também projeta o milho superando a produção de soja nos próximos anos, impulsionado pela alta demanda global.
Paulo Bertolini reconhece a importância de infraestrutura adequada para o escoamento da produção, especialmente para o milho que tem baixo valor agregado por volume. Para Bertolini, a falta de infraestrutura reduz o potencial de ganho da cultura.
Outra bandeira da nova diretoria é a redução dos custos de produção. Os altos custos de produção representam um desafio para a competitividade do milho e a queda do preço das commodities internacionalmente apontam para a redução de área prevista para a próxima safra.
Composição da nova diretoria
Mudanças estruturais
A Abramilho passa a ser também a representante nacional dos produtores de sorgo a partir de agora.
A entidade espera que a nova gestão, liderada por Paulo Bertolini, traga um novo impulso para o setor do milho no Brasil, promovendo a competitividade da cultura e posicionando o país como um dos principais players no mercado global.
Panorama nacional
A produção de milho no Brasil em 2024 está estimada em 116,1 milhões de toneladas. É uma queda de 0,6% em relação à estimativa anterior e de 11,4% em relação ao total produzido em 2023. Essa redução é atribuída a problemas climáticos ocorridos em novembro e dezembro, que afetaram a primeira safra do milho. Além disso, a queda nos preços do milho levou alguns produtores a reduzir a área de plantio, afetando a segunda safra.
Minas Gerais ocupa a sexta posição no ranking de produção nacional de grãos, sendo responsável por 5,7% da produção total do país. Os estados que lideram a produção são Mato Grosso (28,2%), Paraná (13,7%), Rio Grande do Sul (13,3%), Goiás (10,2%) e Mato Grosso do Sul (8,4%). Juntos, esses seis estados representam 79,5% da produção brasileira de grãos.
Quando se fala em estimativa de produção, Minas Gerais registrou uma queda de 16,2 mil toneladas na comparação com a estimativa de fevereiro. Os estados com maior ganho absoluto foram Mato Grosso, Goiás, Paraná, Maranhão, Ceará, Bahia, Amazonas e Rio de Janeiro.
O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), implantado em novembro de 1972, fornece estimativas mensais de área plantada, área colhida, quantidade produzida e rendimento médio de produtos selecionados com base em critérios de importância econômica e social para o país. A próxima divulgação do LSPA será em 14 de maio. Para mais informações, você pode acessar os dados no Sidra.