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Análise da Anvisa reforça segurança alimentar e monitoramento de resíduos agroquímicos no Brasil

Do Rural à Mesa, 2019 (Crédito Wenderson Araujo/Trilux/CNA)
Do Rural à Mesa, 2019 (Crédito Wenderson Araujo/Trilux/CNA)

Mais de 99% dos alimentos analisados apresentam níveis seguros de resíduos. Foram avaliados 3.294 amostras coletadas em supermercados

A segurança alimentar no Brasil tem recebido atenção crescente, com análises detalhadas conduzidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) apontou que mais de 99% dos alimentos analisados apresentam níveis seguros de resíduos de agroquímicos. Entre 3.294 amostras coletadas em supermercados, apenas 22 registraram resíduos com potencial de risco agudo à saúde, correspondendo a 0,67%.

O levantamento da Anvisa abrangeu 14 tipos de alimentos que representam 31% do consumo de alimentos de origem vegetal no Brasil. Esses produtos foram coletados diretamente nas prateleiras de supermercados e enviados para análise em laboratórios especializados. Ao todo, buscou-se detectar resíduos de 338 agroquímicos diferentes, incluindo substâncias proibidas ou nunca autorizadas no país.

Segundo a Agência, “dentro das condições assumidas para a avaliação do risco, foi baixa a ocorrência de situações de exposição dietética a resíduos de agrotóxicos verificadas em concentrações que pudessem levar a efeitos adversos à saúde, do ponto de vista agudo”. A Anvisa também destacou que os casos identificados com risco agudo são pontuais e possuem origem conhecida.

Conformidade com os limites de resíduos: outro dado significativo apresentado pelo relatório foi a análise de conformidade com o Limite Máximo de Resíduos (LMR). Os resultados indicaram que:

  • 37% das amostras não apresentaram qualquer resíduo de agroquímicos;
  • 36,9% apresentaram resíduos dentro dos limites estabelecidos;
  • 26,1% registraram irregularidades.
  • As irregularidades foram observadas quando os resíduos superaram os limites definidos pela Anvisa ou envolveram o uso de agroquímicos não autorizados para determinada cultura.

Compromisso da cadeia produtiva: o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg) reforçou a importância da análise da Anvisa para assegurar a segurança dos alimentos. Em nota, o Sindiveg afirmou: “O estudo também comprova que as práticas agrícolas no Brasil têm evoluído para atender não só às normas regulatórias, mas também às expectativas da sociedade em relação à sustentabilidade e responsabilidade ambiental”.

A entidade destacou que os dados refletem um esforço conjunto entre produtores e a indústria para promover práticas agrícolas seguras e o uso responsável de defensivos.

Como é feita a análise: coordenado pela Anvisa, o PARA é realizado com o apoio de órgãos estaduais e municipais de vigilância sanitária, além de laboratórios especializados. O ciclo 2023, primeiro do Plano Plurianual 2023-2025, prevê o monitoramento de 36 alimentos representativos da dieta nacional.

A coleta das amostras ocorre semanalmente, sendo realizada por vigilâncias sanitárias estaduais e municipais. Após o lacre e o envio, as amostras são analisadas em laboratórios certificados, utilizando métodos reconhecidos internacionalmente, como o multirresíduos. Substâncias que não podem ser avaliadas por esse método são analisadas por técnicas específicas.

Os resultados obtidos permitem à Anvisa e aos órgãos locais adotar ações preventivas, assegurando que os alimentos disponíveis ao consumidor atendam aos padrões de segurança.

Proteção à saúde de todos: os dados divulgados reforçam o papel fundamental da Anvisa no monitoramento de resíduos agroquímicos e na promoção da saúde pública. A transparência do processo e a adoção de métodos analíticos de alta precisão conferem credibilidade às análises. Além disso, o acompanhamento contínuo contribui para a melhoria das práticas agrícolas e para a sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

A Anvisa, ao consolidar e divulgar os resultados do PARA, reafirma seu compromisso com a proteção do consumidor e com a vigilância rigorosa de produtos que compõem a dieta da população brasileira. A avaliação periódica é um instrumento essencial para identificar possíveis riscos e mitigar eventuais impactos à saúde, fortalecendo a confiança na cadeia de alimentos produzidos no país.