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Revista3-8

Gestão financeira no campo: o desafio do presente para garantir o futuro

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Artigo exclusivo de Isadora Caixeta para a Revista 100PORCENTOAGRO aborda a importância da profissionalização financeira no agro e os riscos da gestão baseada apenas na experiência

A Revista 100PORCENTOAGRO, lançada no último dia 16 de abril em Patrocínio (MG), traz em sua edição de número 3 um artigo exclusivo da especialista Isadora Caixeta, fundadora da Campo Capital. Com o título “Gestão financeira no agro: o novo rumo para a sustentabilidade do setor”, o texto propõe uma reflexão sobre o comportamento de produtores rurais diante de um cenário econômico desafiador.

A autora parte de uma metáfora que compara a gestão de uma fazenda à navegação em alto-mar. Mesmo com planejamento e experiência, o agricultor pode ser surpreendido por novos ventos, que exigem adaptação, preparo técnico e capacidade de reagir rapidamente. “Os tempos mudaram, e a bússola para a prosperidade não são mais as experiências passadas, mas os números do seu caixa”, escreve Isadora.

A análise parte da observação do próprio setor, onde Caixeta atua há cinco anos. Segundo ela, produtores ainda demonstram forte apego emocional aos seus ativos e decisões, o que pode comprometer a racionalidade nos investimentos e na gestão do negócio. Para ilustrar esse comportamento, a autora recorre a um experimento clássico de Kahneman e Thaler, premiado com o Nobel de Economia, que identificou o chamado “efeito dotação”. Esse viés psicológico, segundo a análise, influencia decisões ruins no campo — como insistir em propriedades deficitárias ou realizar investimentos sem viabilidade financeira.

O texto também destaca mudanças estruturais nos últimos anos. Se em 2013 quase não se falava em investimento no agro nos centros financeiros do país, em 2021 o cenário começou a mudar com a chegada dos FIAGROS, fundos que abriram portas para investidores pessoa física. Esse movimento atraiu novos recursos para o setor. Em contrapartida, o ano de 2023 marcou um aumento expressivo da inadimplência, tendência agravada em 2024 com o maior índice já registrado no campo.

Leia a íntegra do artigo

Segundo Isadora, além de fatores como clima, câmbio e juros altos, há uma causa muitas vezes ignorada: a forma como os gestores rurais tomam decisões. “Normalmente, os investimentos são feitos pela ânsia de crescer, porém sem passar por uma análise de viabilidade financeira”, afirma. Para ela, a profissionalização das finanças na fazenda já deixou de ser uma questão de escolha.

No fechamento do artigo, Isadora Caixeta faz um apelo direto. Defende a contratação de contadores e consultores como caminho para decisões conscientes, baseadas em números e projeções realistas. O raciocínio é claro: sem lucro líquido acompanhado de perto, os riscos aumentam, inclusive o de perder a propriedade. “Nossas fazendas estão se tornando empresas”, reforça.