Brasil apresenta avanços em cafeicultura sustentável à UE. Destaque para a Expocacer e outras cooperativas, com agricultura regenerativa em alta
Em reunião realizada em Brasília no último dia 12, entidades do setor cafeeiro brasileiro se encontraram com a embaixadora da União Europeia no Brasil, Marian Schuegraf, para apresentar os avanços em sustentabilidade na cafeicultura brasileira. O encontro contou com a presença de representantes de diversas entidades e instituições ligadas ao setor, dentre as quais a Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado (Expocacer).
O Presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, abriu o evento apresentando o panorama da cafeicultura brasileira e ressaltando as práticas sustentáveis adotadas pelos mais de 300 mil cafeicultores do país.
Um dos principais pontos abordados durante a reunião foi a Plataforma Cafés do Brasil, iniciativa liderada pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) em parceria com a Serasa Experian, que promove a transparência e a rastreabilidade na produção de café.
O Diretor-Geral do Cecafé, Marcos Matos, falou sobre a importância do encontro para a implantação do EUDR, um regulamento da União Europeia para produtos alimentícios livres de desmatamento, e mencionou a possibilidade de o monitoramento no Brasil ser feito através do mapa de cobertura florestal do Joint Research Centre (JRC).
O Diretor-Presidente Executivo da Expocacer, Simão Pedro de Lima, destacou o papel das cooperativas de produtores como representantes efetivos dos cafeicultores e ressaltou a importância da cafeicultura para a sustentabilidade.
A Expocacer, reconhecida por sua atuação na promoção à sustentabilidade, foi a primeira cooperativa de café a conquistar o selo regenerativo no mundo e mantém um projeto para alcançar mais de 25 mil hectares de agricultura regenerativa.
Durante a reunião, foi assinalada a necessidade de reconhecimento da Plataforma AgroBrasil+Sustentável e da Plataforma Cafés do Brasil Cecafé-Serasa Experain como fontes oficiais de informação e de garantia ao cumprimento do EUDR.
Agricultura regenerativa fortalece a cafeicultura brasileira
Na reunião, Simão Pedro de Lima destacou a força da agricultura regenerativa na cafeicultura. A cafeicultura regenerativa reforça o aspecto conservacionista da atividade cafeeira, explicou Lima. A prática melhora a retenção hídrica do solo, diminui o uso de herbicidas, aumenta a adubação orgânica e contribui para a saúde do meio ambiente. “A cafeicultura hoje é uma realidade que reforça o aspecto conservacionista da atividade cafeeira, uma vez que a prática devolve ao solo tudo o que dele usufruiu”, disse.
Apreciadora de café, a embaixadora da União Europeia no Brasil, Marian Schuegraf, expressou sua satisfação com os assuntos tratados na reunião e se comprometeu a levar todos os pontos apresentados para as autoridades europeias.
Essas discussões e compromissos reforçam o papel da cafeicultura brasileira na promoção da sustentabilidade e na contribuição para a saúde do meio ambiente.