Primeira semana de agosto será desafiadora para os agricultores do Sudeste, com temperaturas elevadas e baixa umidade no solo. Há previsão de mudança no tempo com a chegada de uma frente fria, trazendo chuvas pontuais benéficas para as lavouras em todo o país
A primeira semana de agosto será marcada por temperaturas acima da média histórica e baixos índices de umidade na região Sudeste do Brasil. Essa combinação tem reduzido a disponibilidade de umidade no solo e preocupado os agricultores.
Contudo, as projeções indicam mudanças no tempo na entrada da próxima semana. Uma frente fria com intensidade suficiente para quebrar o padrão de bloqueio deve avançar sobre áreas do Sudeste e Centro-Oeste, trazendo chuvas pontuais que podem superar a média esperada para o mês inteiro em algumas áreas do Centro-Oeste.
Essas chuvas serão positivas para as lavouras, principalmente para o trigo na região Sul, onde a semeadura de 2023 está praticamente finalizada e as lavouras estão majoritariamente em desenvolvimento vegetativo. Na região Centro-Oeste, as chuvas podem interromper as atividades de colheita do milho e algodão, mas beneficiarão as lavouras mais tardias, além de reduzir o estresse térmico.
No Sul, o tempo será seco e quente durante quase todo o período desta semana, mas a partir da próxima segunda-feira (07), uma nova frente fria deve trazer volumes expressivos de chuva em um curto período de tempo. Esses volumes são muito positivos para as lavouras de trigo que estão em emergência e desenvolvimento vegetativo. Não há previsão de frio intenso ou ocorrência de geadas no decorrer deste período.
Já no Sudeste, o predomínio será de tempo seco e quente em todos os setores durante quase todo o período. A combinação entre temperaturas elevadas e baixos índices de umidade ao longo da semana deve reduzir a disponibilidade de água no solo. Contudo, há previsão de mudança no tempo a partir da próxima segunda-feira com a chegada de uma frente fria ao sul da região.
No Centro-Oeste, a combinação de tempo seco e temperaturas elevadas será destaque ao longo desta semana. Entretanto, no final do período, também a partir da próxima segunda-feira, a mesma frente fria deve organizar um corredor de umidade na parcela mais oeste da região. Essas chuvas, se ocorrerem conforme previsto, podem ser equivalentes à precipitação esperada para o mês inteiro – levando em consideração que agosto é um mês muito seco na região. Essas chuvas podem trazer uma recuperação hídrica nas lavouras de milho mais tardias, mas momentaneamente podem atrapalhar as operações de colheita.
Na região Nordeste, as chuvas devem seguir um padrão característico, com os maiores volumes concentrados no litoral e o interior do Nordeste seguindo com um tempo mais seco e quente. Apesar deste comportamento, as instabilidades ocorrem de forma irregular e intermitente. Os maiores volumes devem ocorrer na região do SEALBA, propiciando uma boa disponibilidade de umidade para as lavouras de cana-de-açúcar.
Por fim, na região Norte, as chuvas devem aumentar durante a semana, mas ainda assim os maiores volumes ficam concentrados em setores do norte do Amazonas e Roraima. Na entrada da próxima semana, um corredor de umidade pode organizar as instabilidades em áreas do Acre e Rondônia. Essa condição pode interromper momentaneamente a colheita do café em Rondônia.
Em resumo, a primeira semana de agosto será marcada por temperaturas elevadas e baixos índices de umidade na região Sudeste do Brasil. Contudo, a chegada de uma frente fria trará chuvas pontuais que podem beneficiar as lavouras em todo o país. É importante que os agricultores estejam atentos às mudanças no tempo para ajustar suas atividades e garantir uma boa safra.