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Recorde brasileiro: saca de café do Cerrado Mineiro é vendida por R$ 115 mil

Lote recordista foi arrematado pelo consórcio Sebrae/Carpec/Louis Dreyfus (Crédito: RCM)
Lote recordista foi arrematado pelo consórcio Sebrae/Carpec/Louis Dreyfus (Crédito: RCM)

Venda bateu o recorde nacional. Evento arrecadou R$ 557 mil com foco em qualidade e ações solidárias

O 12º Prêmio Região do Cerrado Mineiro (RCM), realizado nesta quarta-feira (13), em Uberlândia, marcou a história da cafeicultura brasileira com um leilão recorde. O evento premiou os melhores cafés da safra e arrecadou R$ 557 mil no Leilão Café Solidário, destacando a excelência dos grãos e o compromisso social da região.

O maior destaque foi a venda de uma saca de café do produtor Enivaldo Marinho Pereira, da Fazenda Cruzeiro/Cachoeira, em Carmo do Paranaíba, por R$ 115 mil. O lote foi arrematado pelo consórcio formado por Sebrae, Carpec e Louis Dreyfus. Outro lance significativo foi o do café da categoria Fermentação Induzida, da Fazenda São Lourenço, em Patrocínio, de Haroldo Barcelos Veloso, vendido por R$ 100 mil.

Parte dos recursos arrecadados será destinada ao Hospital do Amor de Patrocínio, ao Troféu Escola de Atitude e à campanha “Cura para Dudu”, que apoia o tratamento de Eduardo, uma criança com a doença SPG50 — uma forma muito rara de paraparesia espástica hereditária (PEH), uma condição genética que afeta o sistema nervoso central. Essa doença é caracterizada por uma degeneração progressiva dos neurônios, levando a diversos sintomas, principalmente relacionados à mobilidade.

“O resultado do leilão é fruto da solidariedade da nossa Região e da competência dos cafeicultores”, declarou Juliano Tarabal, diretor executivo da Federação dos Cafeicultores do Cerrado.

“Diversos produtores decidiram destinar parte ou até mesmo o valor integral de suas vendas para ajudar. Esse gesto reafirma o espírito de coletividade e a união que caracterizam nosso grupo”, declarou Tarcísio Daniel da Silva, presidente da Carpec.

A premiação reconheceu os melhores cafés da safra em três categorias. Todos os grãos superaram 80 pontos, o que os classifica como cafés especiais.

Cereja Descascado

  • 1º lugar: Flávio Márcio Ferreira da Silva (Carpec) – 90,13 pontos
  • 2º lugar: Guimarães Agropecuária (Expocacer) – 89,35 pontos
  • 3º lugar: Eduardo Pinheiro Campos Filho (Expocacer) – 88,48 pontos

Fermentação Induzida

  • 1º lugar: Haroldo Barcelos Veloso (Carmocer) – 90,13 pontos
  • 2º lugar: Beatriz Aparecida de Souza Guimarães (Expocacer) – 89,70 pontos
  • 3º lugar: M&F Coffee (Carmocer) – 89,45 pontos

Natural

  • 1º lugar: M&F Coffee (Carmocer) – 90,58 pontos
  • 2º lugar: Carla Poliana da Silva Oliveira (Carmocer) – 90,15 pontos
  • 3º lugar: Enivaldo Marinho Pereira (Carmocer) – 88,16 pontos

Qualidade e impacto socioambiental

O Prêmio RCM não celebra apenas a qualidade dos grãos, mas também o impacto socioambiental das fazendas. A fazenda Rio Brilhante, da produtora Érika Marina Carvalho Urban, recebeu o Troféu Atitude Sustentável por suas práticas agrícolas responsáveis.

A Escola Estadual “Sizenando Amaral”, de Educação Especial, foi premiada com o Troféu Escola de Atitude pelo projeto “Sementes de Inclusão: educação especial e o mundo do café”, que visa integrar a educação especial à cultura cafeeira. Já o Troféu Mulher de Atitude destacou as contribuições femininas no setor, premiando Carla Poliana da Silva Oliveira e Beatriz Aparecida de Souza Guimarães.

Gláucio de Castro, presidente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, destacou o papel do Cerrado Mineiro como “um verdadeiro hub de excelência e sustentabilidade”. Com 4.500 produtores em 55 municípios, a região responde por 25,4% da produção de café de Minas Gerais e 12,7% da produção nacional.

O evento, organizado com apoio de cooperativas e associações, reforça o compromisso da região com a qualidade e a inovação, consolidando o Cerrado Mineiro como referência mundial no mercado cafeeiro.