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Chuvas fazem subir preços de hortaliças em Minas Gerais; exceção é o alho

Preço da cebola também está devido ao fim da colheita (Foto: Acervo Fenacampo)
Preço da cebola também está devido ao fim da colheita (Foto: Acervo Fenacampo)

Batata e tomate lideram altas, mas cebola e alho mantêm estabilidade. Exclusivo: Presidente da Comissão de Olericultura da Faemg analisa

O impacto das chuvas em Minas Gerais não passou despercebido no mercado de hortaliças. Segundo monitoramento da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), realizado no entreposto de Contagem da CeasaMinas, diversas hortaliças registraram aumentos expressivos nos preços entre 28 de outubro e 8 de novembro. A única exceção foi o alho, que manteve seu valor estável durante o período.

As condições climáticas desfavoráveis, marcadas por fortes chuvas, afetaram diretamente a colheita e a qualidade de alguns produtos, resultando em menor oferta e preços mais altos. A batata foi a mais prejudicada, apresentando um aumento significativo de 76,9% no preço. No início do período, o quilo custava R$3,47, mas encerrou o monitoramento a R$6,13. O tomate seguiu o mesmo caminho, com uma alta de 30,4%, passando de R$2,17 para R$2,83/kg.

“O aumento no preço da batata reflete as dificuldades na colheita e na logística, agravadas pelas chuvas intensas”, apontou o relatório da Seapa. O tomate também enfrentou problemas semelhantes, com perdas de frutos e dificuldades no transporte.

Embora a maioria das hortaliças tenha registrado elevação de preços, algumas tiveram movimento inverso. A cebola, por exemplo, apresentou uma queda de 4,2%, encerrando o período com o quilo a R$1,92. “A produção favorecida pelo clima contribuiu para o aumento da oferta de cebola”, destacou o levantamento.

Outros itens com redução de preços foram a cenoura, o chuchu e o pimentão, que se beneficiaram de condições climáticas mais favoráveis, compensando parte do impacto nas demais culturas.

Entre os produtos analisados, o quiabo chamou atenção pela oscilação durante o período, fechando com alta de 23,7% e atingindo R$13,05/kg. O alho, por sua vez, se manteve estável em R$23,00/kg, mostrando resiliência mesmo diante das adversidades climáticas.

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O cenário revela um mercado influenciado por fatores sazonais e climáticos, com preços que refletem as condições de produção. “Apesar das elevações em produtos-chave, itens como cebola e cenoura apresentaram quedas, o que trouxe algum alívio ao consumidor”, finaliza o relatório da Seapa.

Análises exclusivas

Com a chegada das chuvas, há uma diminuição significativa na produção de hortaliças devido a doenças fúngicas e dificuldades de plantio e de colheita. A avaliação é de Rodolfo Molinari (foto), presidente da Comissão de Olericultura da Federação da Agricultura de Minas Gerais (Faemg) e do Sindicato dos Produtores Rurais de São Gotardo – pólo nacional de hortaliças.

Molinari aponta a baixa disponibilidade de hortaliças no mercado como fator decisivo no aumento de preços. Em relação ao alho, o dirigente explica que o produto não foi afetado porque a colheita já foi feita: “os alhos já estão nos barracões e temos os importados chegando. É importante frisar que esse alho importado é de uma qualidade bem inferior em relação ao alho nacional. De novembro até maio ou junho de 2025, o maior volume é de alho importado da Argentina e da China”.

Também está caindo o preço da cebola devido ao fim da colheita, de acordo com Molinari. Outra razão é a entrada de cebola argentina no mercado brasileiro.

“Nas outras hortaliças, principalmente folhosas, cenoura e beterraba, os preços sobem devido às dificuldades de plantio e aumento das doenças impactando diretamente na produtividade e na colheita”, conclui.

Com a continuidade das chuvas, o mercado de hortaliças em Minas Gerais deve permanecer sujeito a oscilações. A expectativa é que, com a normalização do clima, os preços de itens como batata e tomate possam recuar nas próximas semanas, favorecendo a estabilidade para os consumidores e os próprios produtores.

(Matéria em Atualização]