Reconhecimento como APL do Café abre portas para novas experiências turísticas na região. É valorização da cultura cafeeira, impulsionando o desenvolvimento
O turismo de experiência ganha novo impulso no Cerrado Mineiro com o reconhecimento da Região como APL do Café. A avaliação é do presidente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado Mineiro, Juliano Tarabal, ao comentar a conquista.
Na segunda-feira (29), a Região do Cerrado Mineiro deu um passo importante para o fortalecimento da cafeicultura regional ao ser reconhecida como Arranjo Produtivo Local (APL) com vocação para o café. A formalização, publicada no Diário Oficial do Estado em 29 de abril, consolida a região como um polo estratégico para a produção de cafés especiais, impulsionando a competitividade, a inovação e o desenvolvimento socioeconômico local.
Com a conquista, a Região do Cerrado Mineiro se junta aos outros dois APLs mineiros da cafeicultura: Sudoeste de Minas e Campo das Vertentes. Tarabal destaca o nível de organização do ecossistema e da governança do território, que tem a cadeia do café muito estruturada e formada por produtores, associações, cooperativas, exportadores, assim como fornecedores de insumos, e ainda parceiros como o Sebrae Minas, Epamig e Emater. “A expectativa é ganhar mais visibilidade e tornar o café produzido na região mais competitivo no mercado”, diz.
O presidente da Federação dos Cafeicultores avalia também que o reconhecimento é mais uma chancela para a Região e favorece o ambiente para o desenvolvimento de políticas públicas junto ao Estado de Minas. “Demonstra o alto nível de maturidade de nosso ecossistema, com um APL muito bem estruturado e, portanto, apto a receber investimentos para negócios na cadeia do café, como por exemplo a iniciativa em turismo de experiência que estamos desenvolvendo no momento”.
Polo cafeeiro de destaque nacional
A Região do Cerrado Mineiro é composta por 55 municípios que abrangem mais de 4.500 cafeicultores do Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste do estado. Com 255 mil hectares de lavouras, a região é responsável por 12,7% da produção brasileira de café e 25,4% da mineira, com média de 6 milhões de sacas produzidas anualmente. Destes, mais de 8 mil hectares já foram certificados em Agricultura Regenerativa até março deste ano.
Os cafés da região se distinguem por serem cultivados em um território com clima bem definido, com verões quentes e úmidos e invernos amenos e secos. As altitudes que variam entre 800 e 1.300 metros contribuem para a produção de grãos com sabor único e alta qualidade.
Benefícios do reconhecimento como APL
O compromisso com a qualidade e a busca pela excelência na produção de café são marcas registradas da Região do Cerrado Mineiro. A região foi pioneira em diversas iniciativas, como a conquista da primeira Denominação de Origem (DO) para cafés do Brasil em 2013, a Indicação de Procedência (IP) em 2005 e o selo do Programa de Qualidade do Café (PQC) em 2019. Além disso, o Cerrado foi a primeira região no mundo a obter a certificação ISO 9001 e a estampar a marca coletiva nas sacas do grão.
Neste ano, a região do café do Cerrado Mineiro está entre as rotas prioritárias de Minas Gerais que receberão incentivos do Sebrae Minas e da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult). O objetivo é fortalecer a atividade turística no estado, a partir da ampliação da oferta de produtos turísticos com potencial para atrair mais visitantes.
Com o reconhecimento como APL, a Região do Cerrado Mineiro consolida sua posição como um polo estratégico para a produção de cafés especiais no Brasil. A união dos produtores, das instituições de apoio e do governo, aliada às características únicas do terroir local, garantem um futuro promissor para a cafeicultura na região.
A certificação tem validade por três anos e pode ser renovada mediante o desenvolvimento da vocação econômica da região.