Estado livre de aftosa favoreceu exportações. Valor representa 22,2% do PIB bruto mineiro
Em resumo:
A Fundação João Pinheiro (FJP) apresentou hoje (23), os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio mineiro em 2022. A apresentação foi promovida em parceria com a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg).
No ano passado, o PIB do agro mineiro variou 6,3% no volume produzido, alcançando a maior participação no total do PIB do estado na série da FJP entre 2010 e 2022. Com o resultado positivo, o total alcançado no ano passado somou R$ 205 bilhões, representando 22,2% do PIB total do estado, estimado em R$ 924,7 bilhões.
O governador Romeu Zema (NOVO), disse que, hoje, “temos mais pessoas trabalhando. O agronegócio mineiro está de parabéns. Nosso estado está livre de febre aftosa, um avanço enorme, que significa menos custos para o pecuarista. Também batemos recorde com venda de sacas de café, conquistamos concursos de queijo no exterior e temos um número espetacular, que é a evolução nas exportações. Então, são vários avanços que já aconteceram e continuarão acontecendo”..
Para o presidente da Faemg, Antônio Pitangui de Salvo, a agricultura de Minas é modelo para o mundo. “A agricultura e a agropecuária mineiras hoje podem ser consideradas de ponta, mundialmente conhecidas, feitas de forma sustentável nos diversos produtos que temos em Minas Gerais. Estamos crescendo sem desmatar, tirando os estados do bioma amazônico. Minas Gerais é o estado que mais preserva: são 37% das áreas preservadas e grande parte disso é um passivo dentro da fazenda dos produtores”.
Depois de ficar em torno de R$ 110 bilhões no triênio 2016-2018, o PIB do agronegócio registrou os valores de R$ 117,3 bilhões em 2019, R$ 147,8 bilhões em 2020, R$ 167,0 bilhões em 2021, chegando aos R$ 205 bilhões em 2022.
A evolução no período 2019-2022 pode ser mais bem compreendida a partir da segregação dos resultados do PIB do agronegócio nos seus dois componentes principais: no núcleo desse complexo produtivo, o Valor Adicionado Bruto (VAB) das atividades primárias (agricultura, pecuária e produção florestal), ou seja, o valor que as atividades agregam aos bens e serviços consumidos em seu processo produtivo, e, no entorno desse núcleo, o PIB da agroindústria e dos serviços relacionados.
Como os preços e as quantidades dos produtos primários estão sujeitos a maior instabilidade em comparação aos produtos processados na agroindústria e nos serviços relacionados, a estimativa para o índice de volume do VAB da agropecuária estadual apresentou expansão de 9,7% em 2022. Por sua vez, o crescimento estimado para os preços no núcleo do complexo foi de 12,7%.
O PIB real mede o volume físico dos produtos e serviços e considera os preços constantes em um determinado período, desprezando os efeitos da inflação ou deflação em seu cálculo. Por essa ótica, a evolução dos componentes do PIB real do agronegócio mineiro evidencia a força da ligação intersetorial entre as atividades industriais e os serviços relacionados com a produção do setor primário, com o volume de produção do núcleo puxando a oferta dos fornecedores da cadeia produtiva e estimulando o processamento, o transporte e a comercialização das matérias-primas e dos produtos acabados.
Em termos de valor nominal, ou seja, do valor expresso aos preços correntes vigentes no período de referência, a variação dos preços das matérias-primas também costuma ser parcialmente repassada para os preços dos produtos acabados. Assim, tanto a evolução do volume produzido quanto a dos preços no entorno do agronegócio apresentam uma forte ligação com a do núcleo. Prova disso, no triênio mais recente, quando os preços dos bens primários evoluíram muito favoravelmente, os preços no entorno apresentaram variações anuais acima de dois dígitos: 10,9% em 2020; 12,7% em 2021 e 16,6% em 2022.
Esses movimentos nos volumes produzidos e nos preços implicaram rápido crescimento do PIB nominal no entorno do complexo produtivo do agronegócio mineiro: de R$ 90,9 bilhões em 2019 para R$ 107,9 bilhões em 2020, R$ 118,0 bilhões em 2021 e R$ 144,3 bilhões em 2022.
(Com Agência Minas)