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Inadimplência no agro: por que a análise do solo pode decidir o futuro financeiro de uma propriedade rural

Imagem gerada por IA
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Estudo exclusivo aponta como o entendimento da aptidão natural do solo pode reduzir inadimplência, ajustar linhas de crédito e aumentar produtividade no campo

A mais recente edição da Revista 100PORCENTOAGRO, lançada em 16 de abril em Patrocínio (MG), traz uma análise exclusiva do professor Diego Siqueira, cientista do solo e diretor da Quanticum, sobre a relação entre inadimplência no agro e a qualidade do solo.

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Grupo Lisboa Agro

Segundo Siqueira, “o solo precisa ser tratado como o principal pilar da segurança financeira no agro, indo além de análises convencionais como fertilidade básica e quantidade de argila”. A afirmação é embasada em casos comparativos entre dois produtores, Petita e Luzia, cujas decisões divergentes resultaram em consequências distintas. Petita aplicou os mesmos recursos em todos os talhões sem considerar a aptidão específica de cada área e entrou em inadimplência após três safras. Luzia, ao adotar tecnologias de mapeamento, conseguiu reduzir custos em mais de 15% e elevar a produtividade em mais de 7%.

O artigo ressalta a subutilização do conhecimento científico já disponível no país. “No Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES, há mais de 3.000 estudos só sobre fertilidade do solo. A SciELO reúne quase mil artigos sobre o mesmo tema”, pontua. Mesmo com esse volume de informação validada, boa parte das soluções ainda não chega de forma prática ao produtor.

As DeepTechs, segundo Siqueira, já oferecem alternativas como sensores de precisão e seguros paramétricos ajustados talhão a talhão, mas sua aplicação ainda é restrita. Ele sugere uma analogia com o setor automotivo: assim como veículos são avaliados individualmente para seguros, os solos também deveriam ser analisados com critérios personalizados.

Siqueira também destaca o reconhecimento internacional do Brasil como referência em manejo de solos tropicais, citado por Rattan Lal, Prêmio Nobel da Paz. “O brasileiro precisa saber disso”, afirma.

Por fim, o autor propõe que entender o solo além da fertilidade e do teor de argila é o caminho para um modelo mais seguro e sustentável. O artigo é dedicado “aos pesquisadores e pesquisadoras de solo no Brasil, e também aos produtores e produtoras que cresceram da terra, como meus avôs Petita e Luzia”.