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Proalminas impulsiona produção de algodão em Minas Gerais e fortalece a cadeia têxtil

Certificado Proalminas (Crédito: Maria Teresa Leal/Seapa)
Certificado Proalminas (Crédito: Maria Teresa Leal/Seapa)

Avanço da produção, certificação industrial e debates estratégicos movimentam a cadeia têxtil em Minas Gerais

O Proalminas impulsiona a produção de algodão em Minas Gerais e influencia a dinâmica da cadeia têxtil mineira. Dados oficiais apontam avanço de 57% no período recente, saltando de 92,6 mil toneladas em 2018 para 145,3 mil toneladas previstas para a safra de 2025. A área cultivada alcançará 33 mil hectares, com produtividade de 4,38 toneladas por hectare. O resultado decorre da cooperação entre o Governo de Minas e a Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa), envolvendo estímulo ao uso da fibra estadual pela indústria e geração de renda no campo.

Na quinta-feira (6/11), a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) certificou 34 indústrias têxteis parceiras do Proalminas. A certificação reconheceu o uso da fibra mineira nos processos produtivos, concedendo benefício fiscal mediante redução da carga tributária incidente sobre produtos industrializados. O mecanismo amplia competitividade, incentiva aquisição da matéria-prima local e fortalece a relação entre agricultores e setor industrial. No campo, produtores acessam capacitação, tecnologia, escoamento estruturado e incremento de receita.

O secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, analisou o impacto do programa. “Desde 2003, o Proalminas vem alavancando a produção do algodão e a indústria têxtil no estado. Os recursos repassados para o Proalminas/Fundo Algominas têm viabilizado o aumento da produtividade e da qualidade da fibra. E isso cria um círculo virtuoso, que garante ao produtor mercado e preço acima da média e matéria-prima de qualidade superior para as indústrias que participam do programa”.

Qualidade da fibra: durante a agenda, ocorreu o 3° Painel da Cadeia Têxtil, promovido pela Seapa em parceria com a Amipa. O encontro reuniu produtores, empresas e instituições do setor, abordando tendências e oportunidades diante de mudanças no consumo e nas relações comerciais. A evolução da qualidade da fibra esteve entre os temas principais. O Coordenador Sênior da Better Cotton Initiative (BCI), João Rocha, afirmou: “É uma política pública eficaz, que trouxe ganhos significativos nos parâmetros de qualidade exigidos pela indústria, como a resistência e o comprimento da fibra. Além disso, houve redução na proporção de amostras fora do padrão, que caíram de 12% na safra 2010/2011 para apenas 0,4% em 2018/2019”.

Representantes da Secretaria de Fazenda do Estado (SEF) e da Fiemg, entre eles a Secretária-Adjunta e a Gerente Tributária, Rita Bacchieri, analisaram possíveis repercussões da reforma tributária sobre indústrias têxteis e sobre o benefício fiscal do Proalminas. A pauta despertou atenção de investidores, exportadores e fabricantes, dado o momento de transição regulatória.

Mercado internacional: o presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão, Dawid Wajs, apresentou avaliação sobre as mudanças comerciais envolvendo os Estados Unidos. A exposição abordou efeitos logísticos, preços e os impactos potenciais na competitividade da fibra brasileira. O contexto sinaliza necessidade de monitoramento permanente e leitura estratégica de mercados.

O movimento “Sou de Algodão”, criado em 2016 no São Paulo Fashion Week, foi tema da apresentação conduzida pelo diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Márcio Portocarero. A pauta abordou estímulo ao consumo de fibra natural de origem nacional, enfatizando conexões com o setor têxtil, designers, fabricantes e consumidores.

A agenda revelou alinhamento entre política pública, qualidade industrial, incentivo fiscal, exportação e imagem de produto no mercado. Produtores e investidores regionais visualizaram oportunidades em produtividade, certificação e posicionamento global.