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Revista3-8

Com nova categoria sensorial, Prêmio Região do Cerrado Mineiro reforça identidade dos cafés da safra 2025/2026

Bioma Café foi uma das campeãs em 2024 (Crédito: RCM)
Bioma Café foi uma das campeãs em 2024 (Crédito: RCM)

Com foco em cafés de origem controlada e perfil sensorial típico da região, premiação abre inscrições em agosto e lança novas oportunidades comerciais

Reconhecido como um dos mais importantes concursos de qualidade do Brasil, o Prêmio Região do Cerrado Mineiro chega à 13ª edição com uma proposta que reafirma a identidade sensorial dos cafés produzidos na região e amplia o alcance de sua atuação. A safra 2025/2026 será marcada pela estreia de uma nova categoria de avaliação, voltada exclusivamente aos cafés mais doces processados pelo método Natural. As inscrições estarão abertas entre 1º de agosto e 19 de setembro.

A iniciativa é promovida pela Federação dos Cafeicultores do Cerrado, com o apoio do Sebrae Minas. Com base nos princípios da intercooperação, o prêmio envolve toda a cadeia do café e busca aproximar consumidores finais da origem controlada Cerrado Mineiro. Em sua essência, o concurso reconhece os melhores cafés dos 55 municípios que compõem a região, com foco na qualidade, sustentabilidade e rastreabilidade.

A edição 2025/2026 marca a consolidação de um modelo construído em parceria com seis cooperativas (Carmocer, Carpec, Coocacer Araguari, Coopadap, Expocacer e monteCCer) e sete associações de produtores (ACA, Acarpa, Amoca, Appcer, Assocafé, Assogotardo e GRE Café – Região de Araxá).

Categoria inédita valoriza cafés doces da região

A principal novidade deste ciclo é a Categoria Doce Cerrado Mineiro, criada para destacar cafés com características sensoriais como chocolate, caramelo, amêndoas e acidez cítrica, típicas da região. Exclusiva para produtores cooperados, a avaliação será feita com base no protocolo Coffee Value Assessment (CVA), da Specialty Coffee Association (SCA). O principal critério será o nível de doçura e a fidelidade ao perfil sensorial regional.

“Este prêmio é uma celebração do trabalho e da dedicação dos cafeicultores que tornam a Região do Cerrado Mineiro, referência mundial em cafés de origem controlada. A inclusão de uma nova categoria reflete nosso compromisso em valorizar ainda mais a diversidade e a qualidade da produção regional”, afirma Juliano Tarabal, diretor executivo da Federação dos Cafeicultores do Cerrado.

Além da nova categoria, o concurso também atualizou a nomenclatura da antiga Categoria Fermentação Induzida, que passa a ser chamada simplesmente de Categoria Fermentado. As demais categorias seguem mantidas: Café Natural e Cereja Descascado.

Inscrições e critérios de participação

As inscrições serão feitas por meio das cooperativas e associações ligadas à Federação, localizadas nas cidades-polo da região. Cada produtor poderá inscrever uma única amostra por categoria, sem duplicidade de participação.

A edição 2025/2026 também garante a presença de mulheres cafeicultoras, mesmo quando a propriedade estiver formalmente em nome de outro membro da família. Nesse caso, será exigida a comprovação de vínculo parental.

Avaliação e ranqueamento

O processo de classificação envolve a codificação das amostras, análise sensorial em duas etapas (classificatória e ranqueamento), conferência dos lotes e, por fim, premiações cooperativas e regional. Serão ranqueados os primeiros colocados de cada cooperativa nas categorias Natural, Cereja Descascado e Fermentado. Os segundos colocados com nota média superior a 85 pontos também garantirão vaga para o ranqueamento regional.

Esses classificados se juntarão aos três melhores da Categoria Doce Cerrado Mineiro de cada cooperativa. Ao todo, serão 33 produtores selecionados para a fase final do concurso, que elegerá os campeões regionais em cada uma das quatro categorias.

Cafés vencedores serão comercializados em leilões e lotes especiais

Aos vencedores, a premiação abre portas para novos canais de comercialização. O Leilão Solidário ocorrerá em formato presencial e permitirá a venda de nove lotes — três de cada uma das categorias tradicionais — em sacas únicas. Do total arrecadado, 40% será destinado ao projeto Troféu Escola de Atitude, iniciativa voltada ao fortalecimento da educação na região.

Paralelamente, os mesmos nove lotes serão disponibilizados em plataforma digital, no Leilão On-line agendado para cinco de dezembro, com foco em compradores nacionais e internacionais.

Além dos leilões, os cafés mais doces da edição também serão ofertados a parceiros comerciais por meio de reservas exclusivas. Cada cooperativa selecionará um lote de 20 sacas para compor essa oferta voltada ao mercado interno.

Impacto regional

Com a proposta de reforçar o papel social do café no território, o prêmio mantém duas ações complementares de impacto: o Troféu Escola de Atitude e o Troféu Atitude Sustentável.

O Troféu Escola de Atitude reconhecerá projetos educacionais de escolas localizadas nos municípios atendidos pelas cooperativas. As inscrições poderão ser feitas entre 1º de agosto e 15 de outubro. A avaliação ocorrerá entre 16 e 31 de outubro.

Já o Troféu Atitude Sustentável premiará as melhores práticas agrícolas e socioambientais entre os 60 finalistas da competição principal. Os projetos deverão ser inscritos entre 1º de outubro e 7 de novembro.

Região estratégica para o café nacional

A Região do Cerrado Mineiro compreende 55 municípios com 234 mil hectares cultivados, sendo 85 mil hectares irrigados e 102 mil certificados. A produção média anual é de seis milhões de sacas de 60 kg, o que representa 25,4% da produção total de Minas Gerais e 12,7% da produção brasileira.

Com origem controlada e Denominação de Origem reconhecida, o território se consolida como uma das principais áreas produtoras do país, tanto em volume quanto em qualidade e diferenciação sensorial.