Ceci Mota fala sobre sucessão, liderança feminina e gestão de pessoas no agro

Produtora rural de Lagoa Grande (MG) compartilha no Podcast 100PORCENTOAGRO como une sucessão familiar, protagonismo feminino e inteligência emocional no campo

O tema da sucessão nas propriedades rurais tem mobilizado produtores em todo o país. Mais do que manter a atividade em funcionamento, trata-se de planejar a continuidade de um negócio que atravessa gerações. Em Lagoa Grande, Minas Gerais, esse processo ganha um exemplo concreto com a atuação de Ceci Mota à frente das Fazendas Cruzeiro e Gameleira, ambas produtoras de leite.

Durante entrevista ao Podcast 100PORCENTOAGRO, Ceci relatou como tem conciliado o papel de sucessora e gestora de pessoas nas propriedades da família. A condução da sucessão, segundo ela, não se resume à formalização de responsabilidades, mas envolve preparo, diálogo e visão de futuro. A conversa evidenciou que o equilíbrio entre tradição e inovação é o caminho para manter o campo produtivo e organizado.

O bate-papo abordou também a liderança feminina no agronegócio. Ao ser questionada sobre os desafios de assumir um papel de decisão em um setor historicamente masculino, Ceci destacou a importância de confiança e preparo. Para ela, assumir responsabilidades significa demonstrar competência em múltiplas áreas, sem abrir mão da sensibilidade na condução das equipes.

Na prática da gestão, o foco recaiu sobre pessoas. Em resposta à pergunta “Como você une a equipe da fazenda em torno de resultados e propósito?”, a produtora ressaltou a necessidade de clareza na comunicação e definição de metas comuns. Para ela, colaboradores e familiares precisam compreender os objetivos do negócio para que resultados sejam alcançados de forma consistente.

Outro ponto discutido foi o uso da inteligência emocional no dia a dia rural. Diante de pressões externas, como variações de mercado ou condições climáticas, e internas, como conflitos familiares, o autocontrole é decisivo. Ceci afirmou que saber administrar emoções permite agir com equilíbrio e assertividade, principalmente em situações de tomada de decisão.

Ceci também é responsável pelos projetos Flores do Campo e Mulheres do Campo, criados para fortalecer a presença feminina no setor. Em resposta à pergunta sobre os objetivos dessas iniciativas, explicou que as ações promovem capacitação, conexão e reconhecimento do valor das mulheres rurais. A iniciativa busca oferecer ferramentas para que elas participem de forma ativa na condução das propriedades.

Durante a entrevista, histórias de transformação foram lembradas. Segundo ela, muitas mulheres passaram a assumir decisões e a perceber o próprio valor depois de participar dos projetos. Ao comentar essas experiências, destacou como a capacitação e o apoio em rede funcionam como elementos motivadores de mudanças reais no campo.

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Outro tema explorado foi a conciliação entre conhecimento técnico e gestão de pessoas. Para a produtora, resultados consistentes surgem quando práticas de campo são aplicadas em conjunto com a valorização do capital humano. Ceci Mota ressaltou que a propriedade só alcança seu potencial pleno quando pessoas e processos caminham lado a lado.

A entrevista também trouxe conselhos para mulheres que desejam liderar no agronegócio. O recado de Ceci foi claro: buscar formação, acreditar no próprio potencial e ocupar os espaços de decisão com confiança. O incentivo aparece como mensagem de fortalecimento para quem pretende construir uma trajetória sólida no campo.

No encerramento, a convidada falou sobre o futuro das fazendas familiares. Segundo ela, o planejamento estratégico precisa considerar inovação e legado. A permanência das famílias no campo, de acordo com sua visão, depende da capacidade de inovar sem perder os valores que sustentam a atividade rural.

Com a experiência como sucessora, gestora de pessoas e líder de iniciativas voltadas às mulheres, Ceci Mota exemplifica um movimento cada vez mais visível: a integração entre técnica, sensibilidade e visão estratégica na condução de propriedades rurais.