Iniciativa promove sustentabilidade e transparência na produção cafeeira. Sacas de café chegam á Irlanda em 21 de agosto
Minas Gerais conquista um marco histórico na exportação de café, respeitadas as novas diretrizes estabelecidas pela União Europeia. Um contêiner com 320 sacas produzidas por dez cafeicultores do Sul de Minas partiu do porto de Santos neste sábado (27), rumo a Dublin, na Irlanda. A previsão de chegada é 21 de agosto.
Essa exportação pioneira é resultado de uma colaboração estratégica entre o Governo de Minas, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Cooperativa dos Cafeicultores de Três Pontas (Cocatrel). A iniciativa é respaldada pela plataforma tecnológica “SeloVerde MG” de conformidade ambiental das propriedades produtoras de café através do Cadastro Ambiental Rural (CAR). É a garantia de um produto não associado ao desmatamento, em conformidade com os regulamentos europeus.
O secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), Thales Fernandes, enfatizou a importância deste passo pioneiro. “Minas Gerais está liderando ao demonstrar que nossa produção é capaz de atender às novas exigências da União Europeia e à nossa legislação ambiental, preservando nossos mercados e promovendo a sustentabilidade”.
A plataforma SeloVerde MG, desenvolvida em parceria pela Seapa, Instituto Estadual de Florestas (IEF) e UFMG, com apoio do programa AL-INVEST Verde da União Europeia, desempenha um papel crucial ao fornecer um diagnóstico socioambiental detalhado de todas as propriedades rurais em Minas Gerais. Esta ferramenta utiliza análises geoespaciais e integração de bancos de dados para mapear o parque cafeeiro do estado com alta precisão.
Andrea Monaco, Senior Programme Manager do AL-INVEST Verde, destacou o suporte oferecido aos países latino-americanos na implementação de sistemas de rastreabilidade, essenciais para o comércio de produtos conforme o Regulamento da União Europeia para Produtos Livres de Desmatamento (EUDR).
A implementação do EUDR, programada para iniciar em janeiro de 2025, abrangerá sete commodities de risco florestal, incluindo café, soja, gado bovino, cana-de-açúcar e produtos da silvicultura. Segundo dados da Emater-MG, aproximadamente 99% das propriedades de café em Minas Gerais estão em conformidade com as novas regulamentações, refletindo um compromisso sólido com práticas sustentáveis.
Felipe Nunes, pesquisador da UFMG, ressaltou a transparência e rastreabilidade proporcionadas pela plataforma SeloVerde MG, essenciais para identificar e recompensar produtores que vão além das exigências do Código Florestal na conservação de áreas de vegetação nativa.
Breno Lasmar, diretor-geral do IEF, destacou os avanços tecnológicos que fortaleceram a gestão florestal e a restauração ambiental em Minas Gerais, promovendo um ambiente mais seguro e sustentável.
Este avanço não só consolida a posição de Minas Gerais como líder na produção sustentável de café, mas também reforça seu compromisso com normas ambientais rigorosas, essenciais para a preservação da biodiversidade e dos recursos naturais do estado.