Consórcio Cerrado das Águas e UFU destacam saúde do solo como chave para produção sustentável e resiliência climática
O Consórcio Cerrado das Águas, em parceria com a Universidade Federal de Uberlândia (UFU), campus Monte Carmelo, apresentou os resultados de um estudo científico que avalia o carbono no solo utilizando algoritmos de aprendizado de máquina e imagens multiespectrais. As análises, realizadas entre abril de 2023 e setembro de 2024, envolveram propriedades participantes do Programa de Investimento no Produtor Consciente (PIPC) em Monte Carmelo, Patrocínio e Serra do Salitre.
O estudo, liderado pelo grupo de pesquisa RENAGRI da UFU e coordenado pelo Professor Dr. Edmar Isaías de Melo, destaca a importância do carbono no solo como indicador de fertilidade e saúde dos ecossistemas. “A presença de carbono é fundamental para indicar a fertilidade e a saúde dos ecossistemas, além de ter um papel relevante na mitigação das mudanças climáticas”, explicou o pesquisador. Ele também ressaltou que o uso de sensoriamento remoto e algoritmos de aprendizado de máquina oferece uma alternativa eficiente às análises laboratoriais tradicionais, que são caras e demoradas.
Os resultados foram apresentados em outubro, durante o evento “Dia de Campo em Saúde do Solo para Produção de Água”, promovido pelo Consórcio Cerrado das Águas e o grupo RENAGRI-UFU, na Fazenda Silvia Amélia, em Serra do Salitre. Segundo Fabiane Sebaio, Secretária Executiva do consórcio, o encontro permitiu a troca de experiências entre produtores, pesquisadores e a comunidade acadêmica, destacando a aplicação de práticas de Agricultura Climaticamente Inteligente.
O produtor Eder Silva, participante do PIPC, enfatizou os benefícios do estudo para a gestão de sua propriedade. “Depois de um ano, foi mensurado o trabalho que eu tenho feito na fazenda, como agregou e melhorou a qualidade do meu solo. Esse estudo também favorece a complementação de estratégias que podem levar ao sequestro de carbono”, avaliou.
Criado em 2015, o Consórcio Cerrado das Águas tem como objetivo implementar estratégias que garantam a provisão de serviços ecossistêmicos e a resiliência do sistema produtivo frente às mudanças climáticas. A iniciativa conta com o apoio de empresas como Nescafé, Nespresso e Starbucks, além de prefeituras e instituições parceiras.