Cafeicultura regenerativa avança no Cerrado Mineiro com Expocacer e mobiliza produtores

O Diálogos Regenerativos reuniu mais de 150 participantes e consolidou práticas sustentáveis na região. A Expocacer ampliou o apoio técnico ligado à produção regenerativa

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A cafeicultura regenerativa firma-se como estratégia vital no Cerrado Mineiro, impulsionada pelo recente evento “Diálogos Regenerativos” da Expocacer. Com apoio institucional da Nescafé, o encontro reuniu produtores e investidores para demonstrar, na prática, como o manejo sustentável do solo e da água não apenas protege o ecossistema, mas aumenta a resiliência das lavouras e reduz custos operacionais. Além das técnicas de campo, o destaque foi a apresentação de novos protocolos de certificação e rastreabilidade (ECO e RS Gold), essenciais para atender à demanda global por produtos alinhados ao ESG.

Por que ler depois? O artigo detalha as práticas agronômicas específicas que estão gerando esses resultados e aprofunda a discussão sobre como as certificações internacionais estão abrindo portas para a valorização comercial do café da região.

A cafeicultura regenerativa ganhou força no Cerrado Mineiro após o Diálogos Regenerativos by Expocacer reunir mais de 150 participantes na Fazenda Rainha da Paz, propriedade do cooperado Marcelo Montanari. Produtores, investidores e players do setor acompanharam debates estruturados sobre práticas sustentáveis e transformação produtiva. O encontro reafirmou a relevância da Expocacer na articulação de iniciativas direcionadas ao avanço da produção regenerativa na região.

Organizado pela Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado (Expocacer), o evento apresentou conteúdos técnicos, análises práticas e discussões sobre temas ligados aos desafios e oportunidades da agricultura regenerativa. O local escolhido agregou autenticidade ao ambiente das conversas, já que a propriedade aplica técnicas sustentáveis e mantém áreas de manejo alinhadas ao conceito debatido.

O apoio da Nescafé, empresa do grupo Nestlé, fechou o elo institucional do programa RS Gold. Essa parceria disponibiliza suporte técnico, treinamentos e certificações para cooperados envolvidos na adoção de métodos regenerativos. O vínculo reforça iniciativas de rastreabilidade, origem certificada e agregação de valor aos cafés produzidos no Cerrado Mineiro.

“Nosso compromisso é garantir que cada cooperado tenha acesso às melhores práticas, tecnologias e oportunidades de mercado. A cafeicultura regenerativa não é apenas um diferencial, mas um caminho responsável para protegermos o solo, a água e a biodiversidade do Cerrado Mineiro, assegurando longevidade e competitividade para nossas propriedades. Ver mais de 150 pessoas reunidas discutindo esse futuro sustentável mostra que estamos todos alinhados com esse propósito”, afirmou Simão Pedro de Lima (foto), diretor presidente da Expocacer.

Os temas apresentados incluíram incentivos financeiros, manejo conservador do solo, plantio de cobertura, compostagem, sistemas agroflorestais, uso de fertilizantes orgânicos, gestão da água e rotinas relacionadas à biodiversidade. Especialistas explicaram como práticas regenerativas impactam custos de produção, estabilidade produtiva e maior resiliência das lavouras diante das variações climáticas.

Produtores relataram experiências com transição de sistemas, ajustes no manejo e resultados observados no campo. O intercâmbio entre cooperados e parceiros institucionais favoreceu o fechamento de parcerias, fortalecimento de redes e adoção gradual de procedimentos alinhados ao conceito regenerativo.

Certificação e mercado para a cafeicultura regenerativa

Outro ponto abordado foi o mercado para cafés certificados como regenerativos. A crescente demanda por produtos responsáveis e rastreáveis abriu espaço para o avanço da Expocacer com grupos já certificados por entidades internacionais. A cooperativa também apresentou o protocolo Expocacer Controlled Origin (ECO), criado com padrões internacionais de ESG.

“A Expocacer tem um papel essencial no apoio aos produtores. Ao oferecer capacitação contínua, certificações gratuitas e acompanhamento técnico, estamos democratizando o acesso à sustentabilidade e promovendo uma mudança real na forma de produzir café no Cerrado Mineiro. O Diálogos Regenerativos é um reflexo dessa missão”, disse a Gerente Técnica de Sustentabilidade da Expocacer, Farlla Gomes.

O conjunto de iniciativas coloca a cooperativa em posição estratégica diante de compradores interessados em origem certificada e produção alinhada a critérios socioambientais. Parceiros comerciais e institucionais passam a ter acesso a cafés rastreáveis, produzidos com rotinas sustentáveis e com padrão consolidado de conformidade.

Os ganhos aparecem em três frentes:

• Produtores – acesso a solo mais equilibrado, lavouras mais resilientes e possibilidade de redução de custos com insumos químicos. A certificação pode elevar o valor agregado do café.
• Cooperativa – fortalecimento da atuação regional, ampliação das áreas certificadas e consolidação do posicionamento ligado à sustentabilidade.
• Parceiros institucionais e comerciais – fornecimento de cafés com rastreabilidade comprovada e práticas alinhadas às exigências do mercado.

Encerramento simbólico e fortalecimento do propósito

O evento terminou com o Tramonto & Celebrazione, uma contemplação coletiva do pôr do sol sobre uma área de café conduzida por práticas regenerativas. O momento reforçou pertencimento, propósito e visão conjunta sobre o futuro da produção agrícola no Cerrado Mineiro.