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Sebrae lança plataforma “Origem Controlada Café” para rastreabilidade de cafés com Indicação Geográfica

Analista de Inovação do Sebrae Nacional, Hulda Giesbrecht (Credito: Leandro /Sebrae)
Analista de Inovação do Sebrae Nacional, Hulda Giesbrecht (Credito: Leandro /Sebrae)

Ferramenta fortalece produtores e amplia mercados. Cerrado Mineiro é referência

O Sebrae apresentou, durante a Semana Internacional do Café, em Belo Horizonte, a plataforma de rastreabilidade “Origem Controlada Café”. A iniciativa promete trazer avanços para os mais de 100 mil produtores de café distribuídos em 424 municípios brasileiros. A ferramenta monitora e organiza dados sobre as 15 Indicações Geográficas (IGs) existentes no Brasil, das quais seis estão localizadas em Minas Gerais, estado que lidera a produção de cafés especiais.

A plataforma, desenvolvida pelo Sebrae em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Instituto CNA, pretende atender a demandas crescentes do mercado nacional e internacional. Hulda Giesbrecht, analista de Inovação do Sebrae Nacional, destacou a importância do sistema: “A rastreabilidade é uma exigência do mercado. Hoje, o comprador do exterior quer todos os dados do produto com origem controlada e a plataforma consegue dar essas respostas, informando quem produz, onde, qualidade, características sensoriais dos cafés que têm IG, e várias outras informações técnicas”.

Indicações Geográficas: qualidade reconhecida pelo INPI

O registro de Indicação Geográfica é concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Ele certifica produtos que possuem qualidades específicas devido à sua origem. Em Minas Gerais, a última conquista foi a IG da Canastra, em setembro de 2023. O estado possui outras regiões certificadas: Campo das Vertentes e Matas de Minas (2020), Sudoeste de Minas (2023), Região do Cerrado Mineiro (2013) e Mantiqueira de Minas (2020).

As IGs podem assumir duas modalidades: Indicação de Procedência (IP), que reconhece a notoriedade da região para a produção, e Denominação de Origem (DO), que comprova que as características do produto são diretamente influenciadas pelas condições ambientais e humanas locais. A Região do Cerrado Mineiro foi pioneira na conquista da Denominação de Origem para cafés no Brasil.

Impactos para os produtores e regiões

Para José Carlos Bacili, presidente da Associação dos Cafeicultores da Canastra (Acanastra), a nova ferramenta representa um avanço significativo. “Hoje, você não consegue consolidar um produto e um serviço sem rastreabilidade. Isso é fundamental para que tenhamos credibilidade naquilo que oferecemos. Essa plataforma é uma das ferramentas mais importantes para consolidar todo o trabalho que estamos fazendo”, afirmou.

Conexão com novos mercados

A “Origem Controlada Café” surge como uma resposta às exigências dos consumidores por informações detalhadas sobre os produtos adquiridos. Além de facilitar o acesso a mercados estrangeiros, a iniciativa também potencializa o turismo e a economia nas regiões produtoras, beneficiando produtores e fortalecendo o posicionamento do café brasileiro no cenário internacional.

A plataforma já está disponível online, consolidando-se como uma ferramenta indispensável para os desafios do setor cafeeiro.

Em análises exclusivas, Sebrae e Federação dos Cafeicultores do Cerrado valorizam movimento

Naiara Marra, analista do Sebrae, regional Patos de Minas, lembra que o Sebrae trabalha há alguns anos com a Região do Cerrado Mineiro na Denominação de Origem do Café, nas indicações de procedência do queijo do Cerrado e do hortifrúti de São Gotardo. “Atuamos na capacitação, gestão e qualificação dos produtores, além de dedicar atenção diferenciada à governança no sentido de estruturar essa estratégia de identidade e origem. E seguimos colaborando, até hoje, na governança, na gestão e no fortalecimento da marca”.

Naiara reforça que o reconhecimento das indicações geográficas confere qualidade ao produto e ao “saber fazer” dos produtores. “A utilização da Indicação de Procedência dá segurança ao produto e ao saber fazer dos produtores, inclusive com condições de abrir novos mercados, além de fortalecer as atividades e os serviços complementares para a diversificação da oferta”, explica.

Por sua vez, Juliano Tarabal, diretor executivo da Federação dos Cafeicultores do Cerrado Mineiro, avalia que “o Sebrae é a instituição de fomento aos empreendedores com maior envolvimento e apoio às Indicações Geográficas brasileiras; em diversas frentes de atuação. Este apoio é fundamental para que o setor se profissionalize e tenha o foco na geração de resultados, para o território e para os produtores”.